…É o tema da ´Campanha da Fraternidade´ 2.018, da Igreja Católica Apostólica Romana, com o lema ´Vos sois todos irmãos´. A campanha propõe discutir os problemas da violência e meios para superá-la, com a propositura de mudanças na vida de cada um e, em especial, na maneira de organizar a sociedade brasileira com a visão, muito oportuna por sinal, de que são os pobres que sustentam o luxo e os desperdícios dos poderosos ou ricos os quais dominam pelo poder econômico e político. Como superar esta cultura de desigualdades e injustiças sociais? É a questão que será discutida em profundidade, esperamos.
A campanha remete-nos ao Profeta ISAIAS (32:17), onde afirma ´que a paz brota da justiça´, vem do esforço coletivo das pessoas em convivência de maneira a que todos se realizem com dignidade e respeitabilidade, sem onerar alguns em favor dos demais. Por isto mesmo a paz é missão constante que não permite conformismo nem acomodação. O sucesso tem que ser compartilhado da mesma forma.
A discussão poderá iniciar pela Previdência Social brasileira, basicamente pela leitura de artigo escrito pelo Ex Senador Roberto Campos há mais de 25 anos:
´A Previdência pública faz justiça social às avessas. Os pobres financiam os de melhor qualidade de vida. As contribuições afluem para uma vala comum, onde segmentos ativistas e politizados, como magistrados, congressistas e professores saqueiam aposentadorias especiais e múltiplas´. E questionava: ´Será justo um sistema em que as pessoas mais pobres, em 1993 – e ainda hoje – se aposentavam em média com 62 anos, enquanto os beneficiários de aposentadorias especiais por tempo de serviço abandonavam o trabalho aos 53 anos´?
A discussão poderá e deverá estender-se sobre a situação do ensino, sem qualidade, do brasileiro. Quem sabe do topo da pirâmide, onde nas Universidades Federais mais de 60% dos alunos são filhos de ricos, até porque estudaram nas melhores escolas, prepararam-se nos melhores cursinhos. Filhos de pobres, se quiserem estudar, terão que financiar, com juros, via FIES, seu custo. Desigualdade que se acentua. Por aí vai…
Verdade é que passou da hora de alguma instituição, com mínimo de credibilidade que fosse, interessasse pelo assunto. Afinal, vivenciamos em nosso país uma grande guerra civil. Nossos aplausos, pois, à CNBB – Confederação Nacional dos Bispos do Brasil pela feliz, oportuna e excelente iniciativa de discutir, em profundidade, a questão das causas da Violência em nosso País. Com certeza muitas novidades e esclarecimentos sairão e poderão ser propostas para diminuir a violência advinda, principalmente, da desigualdade na distribuição de rendas, na educação, saúde e na segurança da nação.
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