Para escrever este artigo, tomei emprestado do economista John Kenneth Galbraith, canadense naturalizado americano, (1.908-2.006), o título do livro de sua autoria publicado em 1.977. No livro de título homônimo, Galbrait mostra toda evolução do pensamento econômico a analisa a globalização então em andamento e suas consequências na economia global, onde pontificou incertezas econômicas para todas as economias mundiais, com perdas e ganhos de regime a regime, não só nos capitalistas. Escrito e publicado em um momento de intensa guerra fria entre as duas principais potências, num tempo ainda de alguma previsibilidade, o livro tornou-se best seller nos meios acadêmicos por suas pesquisas de ideias e consequências incertas, desde Adam Smith (1.776) e Spencer, passando por Marx e Lenin, até Keynes (1.929); relata, ainda, a incerteza dos grandes conglomerados empresariais, as lutas do Terceiro Mundo aos problemas das modernas sociedades urbanas e a natureza do poder democrático. Tudo de fácil leitura e alguma ironia. Uma boa leitura para quem quer entender o mundo e suas magias.
Nada, contudo, é comparado às incertezas no mundo de hoje. Galbraith se vivo estivesse e fosse reescrever o livro, com certeza teria muito mais dificuldades. Eis que vivemos num momento (início de 2.017) de incertezas totais e globais. Afinal, quem consegue responder, por exemplo, uma questão básica: PARA ONDE VAI A GLOBALIZAÇÃO? Será possível detê-la? E o que fazer para deter a concentração de rendas, que tenderá a ser ainda maior, em decorrência da era do conhecimento exigir pessoas mais preparadas para gerir equipamentos e máquinas cada vez mais sofisticadas tecnologicamente? Tenderão os países a desenvolver o protecionismo, criando muros (materiais ou ideológicos) e, com isto, nivelando por baixo seus povos em plena era do conhecimento? São incertezas de difícil previsão, neste início de era TRUMP e BREXIT, cuja lógica de isolamento, nos remete, a todos, a uma fuga do futuro. Ainda: como prever como será o Reino (Des)Unido fora da comunidade europeia? Qual será o reflexo a médio e longo prazo para a Europa e o resto do Mundo? E como ficará a maior potência econômica do mundo, se isolando do mundo com protecionismo e construções de muros? Qualquer previsão terá sido mero chute!
Num tempo em que as melhores previsões indicam que os mais de 210 milhões de desempregados mundo afora (Brasil no meio com 13 milhões) tendem a aumentar significativamente em decorrências das novas tecnologias e novos métodos de produção, se esconder não resolverá nada. Pelo contrário, concorrerá para empobrecer quem agir desta forma e não se preparar para o futuro. É preciso ter em mente que na entrada de novas tecnologias (rubotização, automação) há uma evidente polarização da renda na mão de quem está preparado, ou seja, vai ganhar e segurar o emprego quem tiver boa educação e qualificação profissional. Restando saber que só teremos um caminho: preparar as gerações do presente e do futuro com ensino de qualidade, conscientizando-nos de que, não fazendo isto, estamos condenando nosso futuro que chega-nos cheio de incertezas.
Que o Criador de todas as coisas ilumine nossos governantes para a missão que lhes estão reservadas.
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