Ser um rotariano é um desafio, acima de qualquer função que possamos desempenhar. Porque aplicar o princípio rotariano é, fundamentalmente, um exercício de crescimento pessoal, antes de qualquer tipo de assistência ao próximo. “Dar de si antes de pensar em si” contradiz a natureza humana invariavelmente calcada no pecado do egoísmo e, por si só, esta missão, uma vez iniciada, promove em cada um de nós um desapego aos sentimentos mesquinhos, nos fazendo cada vez mais altruístas e verdadeiros com o desejo de sermos pessoas melhores.
Este princípio básico rotariano combate em cada um dos seus membros espalhados pelo mundo a pequenez de ver a vida a partir do próprio umbigo. É preciso, imprescindível, que todos os homens entendam que o sentido da vida está muito mais ligado à convivência harmoniosa do que ao abraço vazio em si mesmo. Como já citava Confúcio, “somos todos anjos de uma única asa, só conseguimos voar quando abraçados uns aos outros”.
E é assim que nós, companheiros rotarianos, agimos pelo mundo, em nossa comunidade, com nossos pares: visando sempre a ajuda ao próximo, dentro de um perfil de dignidade, honradez e, é claro, união pela paz e pelos bons frutos que a boa amizade, sadia e serena, pode proporcionar pelo bem da humanidade.
Em 100 anos de existência, o Rotary Internacional já ofertou ao mundo exemplos de que é possível a organização de homens de bem com o propósito único de promover a paz social, a ajuda incondicional e todas as coisas boas que, ao longo deste centenário, a humanidade parece dar pistas de que está perdendo.
Enquanto passamos por duas grandes guerras, conflitos internacionais, mazelas sociais das mais variadas e todos os grandes acontecimentos que marcaram o século 20 como um tempo de desgraças, desunião e tristezas, o Rotary Internacional mostra que não somente é preciso, como também é possível fazer o contrário: transformar o potencial ordinário de cada um em uma grande frente de trabalho social objetivando sempre a harmonia e a paz dos homens. Seguindo as palavras do presidente Glen E. Estess, o Rotary é formado “por pessoas comuns que fazem coisas extraordinárias”, ou seja, a prova de que, organizados e motivados a fazer o melhor, podemos mudar cenários desfavoráveis e críticos onde quer que estejamos.
Esta atestação do presidente Glen nos oferta ainda outro alicerce do Rotary em sua filosofia: a capacidade de nos superarmos quando nossa meta é fazer o bem. Somos, sim, pessoas comuns que superamos nossas limitações em busca de fazer ao próximo para depois pensarmos em nós mesmos.
Em Anápolis, aplicamos cada vez mais estes princípios e essas filosofias. Seguir o pensamento de Paul Harris permite-nos sentir como seres humanos melhores, mais centrados em nossa missão na Terra: promover a paz e a felicidade comum entre todos os homens. Que nossos 100 anos sejam ainda melhores, mas, acima de tudo, que nossa atuação e nossa motivação em ajudar e fazer melhor, nunca cesse – como uma chama que acalenta e ilumina a partir de nós, para todos que nos são próximos, queridos e necessitados.
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