A natureza anda revoltada. Todo dia abrimos o jornal, ligamos a TV, acessamos a Internet e deparamos com tragédias e catástrofes advindas das instabilidades climáticas. Até a pacata Anápolis, de uns tempos para cá, deu de registrar enchentes e inundações, causando estragos, prejuízos e vitimando pessoas. Por quê?
As explicações vamos buscá-las na constante e cada vez mais agressiva ação do homem que insiste em desafiar a natureza, o meio ambiente, a desmatar, a poluir, viver o aqui agora, sem se importar com o que está reservado para o futuro. São milhões e milhões de garrafas descartáveis, de pneus velhos, de entulhos os mais variados, entupindo as galerias, os canais, os leitos dos córregos. Daí, a qualquer chuva mais pesada, vai tudo por água abaixo. Literalmente. Não temos em Anápolis, no Brasil, uma educação ambiental que nos livre dessas tragédias.
Construímos casas à beira dos rios, dos córregos, dos lagos. Depois, não queremos que elas sejam inundadas quando chove mais forte. Construímos casas em cima dos morros, nos chamados locais de risco. Depois, não aceitamos os desabamentos. Temos desmatado os campos, as florestas, o Cerrado Brasileiro. Depois não aceitamos o desequilíbrio ecológico. Faz frio no verão e faz calor no inverno. Colocamos a culpa no El Niño, em La Nina. Nas grandes cidades, então, as tragédias são maiores. Todo período chuvoso os túneis são inundados, morros deslizam, casas são destruídas, pessoas morrem. A vida segue e o homem continua desafiando a natureza.
Queremos ter a tecnologia dos asiáticos, dos europeus, dos americanos, que realizam gigantescas obras de contenção, constroem verdadeiras cidades em cima do mar. Mas, eles têm dólares, ou mais que isso, petrodólares. Nós não temos. Temos problemas. Muitos problemas.
Vai ser assim, até o dia em que tivermos a consciência ecologicamente correta. Sabermos que não se constrói casa na beira de córrego ou de rio. Que não se edifica em cima de morro, que não se aprova loteamentos residenciais em áreas de risco, que não podemos jogar entulhos nas redes de captação e nos leitos dos rios. Enquanto isso, vamos testemunhar pessoas perdendo casas, carros, móveis, empresas. Vamos, infelizmente, ver gente desabrigada, gente ferida no corpo e na alma. Gente morrendo por falta de consciência ambiental.
Um dia isso tem de acabar. Tomara que seja logo.
Passado, presente, futuro!
O ano que chega, como reza a tradição, é um convite à reflexão acerca daquilo que passamos no ano anterior...