No Brasil não se fala em outra coisa… A nudez de Mônica Veloso, a jornalista que mantinha um romance com o senador Renan Calheiros. Até aí, nada demais. Muitas jornalistas namoram políticos. Essa Mônica, a Veloso, a quem o Brasil todo passou a conhecer, uns admirando-a pelos “talentos”, outros, repudiando-a pela “versatilidade”, é o que se pode chamar de fenômeno nacional. Uma marca até então de propriedade de poucos. E de poucas.
O romance de Mônica e Renan ia bem. Igual a muitos que existiram, existem e, certamente, existirão. Homem casado ter affair com mulher solteira, embora condenável pela moralidade da época, não chega a ser “grande pecado”. Até que, em determinadas áreas da sociedade contemporânea, “dá pra passar”. O problema é que o namoro de Mônica e Renan fez água. Mônica não era aquela santinha. O mesmo pode-se dizer de Renan. Ambos, além do “amor” que nutriam um pelo outro, tinham suas problemáticas relações no campo econômico. Afinal de contas, ela precisava se manter. Doze mil reais todo mês dava para ir “levando a vidinha”, ao lado da filha, fruto desse amor clandestino, mas aceito razoavelmente por muitos.
O que os dois não esperavam era o rumo que a coisa tomou. De repente, o todo-poderoso presidente do Senado é pilhado em rolos e mais rolos, encrencas e mais encrencas, tendo como ingrediente principal, a fonte, até agora não muito bem explicada, do dinheiro para bancar o caso extraconjugal. Se fosse terminar por aí essa história, seria apenas mais uma. Acontece que houve desdobramentos, muitos desdobramentos.
Renan perdeu a musa encantada, que hoje é “preferência nacional” em vendagens de revistas. Perdeu a aura de bom pai de família, perdeu o cargo de presidente do Senado e, pode perder o mandato. Sem contar outras coisas que acabou perdendo. Mônica ganhou. Ganhou notoriedade, ganhou fama, ganhou dinheiro, prestígio e, com certeza, já é celebridade.
Casos como esse, têm aos montões por aí. Marido tendo relação extraconjugal é o que mais se vê na sociedade moderna. Mulher tirando a roupa para revista masculina é febre no mundo todo. Cada um é dono do seu nariz e pode fazer da vida o que bem entender.
No caso Renan/Mônica, a coisa não é tão simplista assim. Ele ainda vai ter muitas dores de cabeça por conta disso. Ela, até então uma pacata jornalista, mãe de dois filhos, mudou. E como mudou. A partir do novo status que adquiriu. Tem, agora, uma respeitável legião de admiradores, por conta dos “atributos” mostrados nas páginas de uma revista. Muito mais do que isso, se existe a revista infantil denominada “Turma da Mônica”, do Maurício de Souza, a partir de agora existe outra revista, de outra turma, de outra Mônica. Da Mônica que abalou o Congresso, fez um estrago na República, tirou a roupa e botou fogo no Brasil. Depois ainda tem gente que se lembra do famoso filme “Toda Nudez Será Castigada” baseado na obra de Nelson Rodrigues, com Paulo Porto e Darlene Glória, vivendo os papéis de “Herculano” e “Geni”. Mas, toda nudez será castigada mesmo?
Passado, presente, futuro!
O ano que chega, como reza a tradição, é um convite à reflexão acerca daquilo que passamos no ano anterior...