Durante muito tempo, houve quem comparasse Anápolis com a cidade de Araguari, no Triângulo Mineiro. Três desses críticos eram o médico Maurity Escobar (mineiro de Uberaba), o jornalista Castro Alves Ribeiro e o executivo Édson Tavares. Diziam que se nossa gente não tomasse jeito, Anápolis se tornaria a “Araguari de Goiás”.
Embora pejorativa (o que não concordo), a comparação se dava pelo fato de aquela cidade mineira ter exercido, por muitos anos, a liderança sócio/política e econômica da região, principalmente por conta da força da Estrada de Ferro, que cortava o Estado de Minas e desembocava em Goiás. Mas, Araguari ficou confiada somente nisso e não viu outros centros, como Uberlândia e Uberaba prosperarem. Hoje elas são as mais importantes cidades daquela parte do país.
A comparação, que serve para os dias de hoje, soa como um sinal de alerta para que Anápolis não se acomode, principalmente no comércio lojista, que já foi o ponto forte de nossa economia. Hoje, infelizmente, a realidade é outra. É comum vermos nos shoppings e hipermercados de Goiânia, e até de Brasília, muitos anapolinos fazendo suas compras.
E o pior de tudo, pasmem, não é por conta dos preços. Preço a preço, aqui é igual e em alguns casos, mais barato! O que ocorre, é uma cultura retrógrada de alguns empresários que insistem nas antigas práticas comerciais, alheios ao que existe de moderno no comércio lojista.
Consumidores relatam casos de atendimento precário; prédios poucos atrativos; lojas que não aceitam cartões de crédito e nem cheques; sistema de propaganda feito com aquelas horrorosas caixas acústicas ao lado de mercadorias sobre as calçadas e muitas outras dificuldades impostas ao cliente que, desanimado e decepcionado, vai comprar em Goiânia.
E mais: não existem campanhas como a “Liquida Goiânia” que envolve todo o comércio da Capital, apoiado por instituições e pelo poder público, arrastando centenas, talvez milhares de fregueses de outras cidades para lá.
Com isso, o comércio de Anápolis vai se definhando, como já aconteceu em passado recente com o setor atacadista. Se os nossos lojistas (existem as exceções, é claro) não acordarem a tempo, seremos mesmo uma “Araguari”, com todo o respeito que a história daquela importante cidade mineira merece.
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