Com a chancela do prefeito João Gomes, o Consórcio Cidade de Anápolis (São José/Viacap) e a TCA (Transportes Coletivos de Anápolis), estariam em negociação adiantada para a divisão do sistema de transporte público local, cuja licitação teve desfecho recente, depois de uma longa batalha judicial. A empresa vencedora do certame (razão social ´Urban´), com prazo para assumir o serviço por 15 anos, no próximo dia 24 de novembro, cederia a metade das linhas para a atual operadora, cujos serviços, então considerados um dos melhores do Brasil, perdem qualidade dia a dia por conta dos reflexos do imbróglio da licitação (tarifa defasada, demolição da ala sul do Terminal Urbano, ônibus travados no trânsito e falta de recursos para a renovação e manutenção da frota).
O acordo, além de dar maior garantia de qualidade de atendimento à população usuária do ônibus urbano para seus deslocamentos – cerca de 75 mil pessoas/dia ou 2,25 milhões/mês – pelo potencial das duas empresas, representaria o fim do monopólio e tributaria ao prefeito João Gomes o mérito de orquestrar a criação de um novo modelo de transporte público em condições de superar o prestígio internacional do sistema de troca de linha por computador, único no mundo, criado pela TCA. Sem esse sistema operacional seria impossível a flexibilização da frota do CCA para o segundo embarque gratuito dentro do terminal.
Nas plataformas de embarque consta a lista completa das viagens a serem executas diariamente, para a totalidade dos itinerários, com hora marcada de saída e chegada. As viagens começam na hora certa e a frota inteira circula em todas as linhas. Na entrada do terminal, um radar identifica o ônibus que chega e informa ao computador central, que consulta seu banco de dados e ´escala´ a próxima viagem (baia, bairro e horário de saída), através de uma gravação e de um display, sem participação humana. O sistema que não trava e não falha, há mais de 25 anos, garante a racionalização da frota, a segurança do sistema e o segundo embarque gratuito. Garantia. Até a demolição da ala sul do Terminal Urbano, que transformou em sucata a metade de uma tecnologia de primeiro mundo – legado maldito de uma lei burra e uma sentença injusta para garantir a visibilidade do prédio da antiga Estação Ferroviária. A população paga a conta do maior crime contra a acessibilidade já praticado em Anápolis, em toda a sua história, quando o cultural foi preservado em prejuízo do social.
A herança nefasta da crise sem precedentes é mais grave do que imaginam os signatários da lei, fechados em gabinetes e sem contato com a realidade das ruas: supressão de viagens, redução das jornadas de trabalho, cortes nas linhas de produção, queda de produtividade das indústrias e do comércio, diminuição do PIB do município, retração dos índices econômicos, perda de receita dos órgãos públicos, atraso e suspensão de aulas e muito mais. População revoltada, desorientada e sem proteção, dentro e fora do terminal, e pressão dos passageiros insatisfeitos sobre o pessoal de bordo do sistema.
A demolição da ala sul do terminal foi um golpe de contra a população, embora não se conteste a preservação do patrimônio cultural de expressivo valor. Nada obstante ser legal desobstruir um prédio histórico tombado foi precipitada a injusta a ordem de derrubar um equipamento urbano de uso estratégico da população.
Enquanto a administração João Gomes prepara-se para alavancar a implantação de seis grandes corredores de ônibus, maior conquista do transporte coletivo de Anápolis, desde a implantação da integração total das linhas, que possibilitou o segundo embarque gratuito, a participação decisiva, oportuna e providencial do prefeito poderá consumar o histórico acordo CCA/TCA. Fim do monopólio e início de uma nova era de acessibilidade, sem traumas e nem riscos, neste drástico momento de crise econômica, quando se espera do gestor público a postura de estadista. Estender os corredores até o Terminal Urbano, cérebro do sistema, para que ao ônibus não fiquem presos na vala comum do trânsito, no centro da cidade, seria outra decisão estratégica de João Gomes.
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