Todos os dias os hospitais, consultórios e postos de saúde estão, literalmente, cheios, de norte a sul e, de leste a oeste do Brasil. De dia e de noite. São milhões e milhões em busca de um atendimento. Os casos vão desde os mais simples aos de alta complexidade. O que estaria acontecendo com a população do Brasil? Somos um povo doente, a ponto de os médicos andarem superatarefados, com as agendas cheias, correndo para baixo e para cima, sem poderem atender direito, ou a estrutura de saúde pública no Brasil está realmente falida. O problema se agrava quando dos finais de semana e nos feriados. Os plantões funcionam precariamente e, em muitos casos, não se encontra um médico “nem pra remédio”, com a desculpa do trocadilho.
O mais interessante de tudo é que quando os profissionais do setor são questionados, a alegação é a mesma: “o que se recebe por uma consulta, por uma diária de internação, por um exame, pelo SUS, não compensa”, justificam médicos, donos de hospitais e seus representantes. E, quando se ouve o povo, as respostas, também se assemelham: “é um absurdo, uma vergonha, um desrespeito”. Então, onde está a culpa, onde está o cerne do problema e, principalmente, onde estaria a solução?
Todo dia, em alguma parte do Brasil, os veículos de comunicação estão mostrando casos de mau atendimento, de negligência, de omissão de socorro. Com honrosas e raríssimas exceções, o povo brasileiro está entregue à própria sorte. O Governo contra-ataca, afirmando que “já foi muito pior”. Pode ser e, pode não ser.
Ao que consta, nunca na história desse país, se fez uma auditoria séria, um levantamento preciso para se saber quem está com a razão. O Governo, o povo ou a comunidade médico/hospitalar. O povo, objeto principal da discussão, certamente, não estaria nem um pouco satisfeito, inclusive os clientes que pagam consultas particulares, os que têm dinheiro. E, olhe que são poucos, uma pequena porcentagem da população que têm esse privilégio. De resto, o que cabe a nós brasileiros, ricos, remedidos, pobres e miseráveis, é aprendermos a cobrar mais eficiência no atendimento. Seja do médico, seja do dono do hospital, do prefeito, do governador, dos políticos em geral. Afinal de contas, votamos neles para que eles cuidem do bem estar da população. Descontam grande parte dos nossos vencimentos, justamente para o custeio da máquina administrativa que inclui, com certeza, o atendimento à saúde. Ou à doença, pois, no Brasil, o termo saúde ainda, infelizmente, é proibitivo para a maioria da população.
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