Todo ano é a mesma coisa. No carnaval, na Semana Santa, no Natal, em qualquer feriado prolongado. Há uma legião de assassinos em potencial soltos, muitos deles bêbados ou drogados, a bordo de veículos correndo louca e irresponsavelmente, matando pessoas, matando a si próprios. O Brasil é campeão mundial de acidentes automobilísticos. Mais do que os chamados países desenvolvidos. Com uma diferença: nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, criminosos de trânsito são tratados como criminosos. Vão para a cadeia, perdem o direito de dirigir, são excluídos. Aqui, pagam fiança e vão embora, como se nada tivesse acontecido.
Difícil encontrar nesse País, uma família que não tenha perdido alguém em desastre de automóvel. Seja nos centros urbanos, seja nas rodovias. Nas rodovias é pior ainda, pois elas são o retrato da irresponsabilidade que toma conta desse trânsito louco. Na Semana Santa (santa???), outra vez, o Brasil presenciou, estupefato, os números de mortos crescerem. Gente que vai deixar a família desamparada, dar prejuízos ao Governo, ficar fora do mercado de trabalho. E, o que é pior, vai ficar na cadeira de rodas, vai ficar segregado do convívio normal.
As estatísticas demonstram que, apesar das campanhas, das orientações, dos apelos, os acidentes cresceram quase 30 por cento em um ano. São muitos os lares enlutados, todos os dias, onde a dor e o sofrimento só não são maiores do que a indignação.
Por certo, há de chegar um tempo em que o automóvel volte a ser veículo de transporte, de segurança, de rapidez, de praticidade, de modernidade. E, não, a arma que mata, muitas das vezes impunemente. Enquanto isso, nosso motorista corre, nosso motorista mata, nosso motorista morre. Até o próximo “feriadão”.
Da polarização à união é o desafio pós-eleições
A polarização política intensificada durante o primeiro e segundo turnos das eleições de 2024 trouxe à tona uma série de...