Quem mora há mais tempo em Anápolis, se assusta ao ver o crescimento vertical da cidade. A cada dia que passa, surgem novos arranha-céus. Seja no centro, seja nos bairros. A cidade vive uma explosão demográfica impressionante, contrariando as estatísticas frias dos variados institutos. Anápolis não tem, somente, 350 mil habitantes. Basta sobrevoar a região urbana para se constatar isso.
E lembrar que, há vinte anos, mais ou menos, Anápolis era conhecida como “a cidade dos três prédios”, ou seja, Edifício Rio Negro, Edifício Banco da Lavoura e Marquês de Herval. Era até motivo de chacota para quem morava em Goiânia e cidades próximas. Anápolis só tinha três prédios!!! Hoje são dezenas, cada um mais imponente do que o outro.
A pergunta que se faz, entretanto é: será que a cidade está, mesmo, preparada para esse crescimento vertical? O tráfego de veículos, por exemplo, é satisfatório nas regiões onde estão localizados os atuais e, onde estão sendo construídos novos condomínios? Há espaço para estacionamentos, para manobras, para o fluxo normal do movimento? “É o preço do progresso, em todo lugar é assim mesmo”, dirão alguns. Verdade. Há de se concordar com isso. Mas, concordar, não significa, obrigatoriamente, acomodar. Os futuros governantes de Anápolis vão necessitar de uma atenção redobrada em cima desse assunto. A concentração de muitos edifícios em determinados setores, pode causar o estrangulamento do sistema viário, a ponto de se criarem dificuldades incontornáveis.
O Plano Diretor implantado em 2007, aparentemente, prevê essa situação. Ótimo se assim o for. O que se pergunta, também é: existe sistema de coleta de esgoto sanitário nesses setores? A energia elétrica, a iluminação pública, a água potável, a coleta do lixo, a oferta de escolas estão dentro do mínimo exigido? Se assim estiverem, melhor ainda, Anápolis está sendo uma cidade que cresce de forma ordenada, dentro dos modernos padrões da engenharia urbana.
Mas, e se alguns desses detalhes não estiverem sendo observados? Por exemplo, se os locais onde estão sendo edificados os prédios não contar com uma boa oferta de água tratada, ou, quem sabe, redes de esgotos sanitários e de captação de águas pluviais? É preciso que se atente para isso com muita responsabilidade. Autorizar empreendimentos, até que é fácil. Mas os projetos arquitetônicos, os grupos habitacionais não. Dessa forma, convém aos futuros adquirentes de novas moradias, atentarem para esses pequenos detalhes. Vão comprar apartamentos, casas, salas em locais onde existe o mínimo de infra-estrutura, ou vão “pagar para ver”? Eis a questão. O que se espera, todavia, é que Anápolis continue crescendo, seja uma metrópole, sem perder, contudo, a característica de cidade agradável; boa para se viver; com conforto, próspera, mas com boa qualidade de vida. É isso.
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