Diariamente acontecem centenas de tragédias ao redor do mundo, mas ainda que nos assustemos, lamentavelmente elas se tornam apenas “estatísticas”, engrossando a fileira de pessoas que foram vitimadas por atitudes loucas, impensadas ou malignas. Mas a tragédia também nos alcança, e dói muito…
Poucas pessoas conviveram com a tragédia de forma tão direta quanto Jó. A Bíblia demonstra que sua vida seguia o curso natural, não havia previsão de chuvas, nenhuma catástrofe natural anunciada, ou ameaça diante de si, e a vida fluía com seus ciclos e ritos naturais, de amanhecer e anoitecer, de vir chuva e sol, sem nada aparentemente para conspirar com a situação, até que um forte redemoinho sacudiu os alicerces de sua família, e em poucas horas sua vida foi completamente transtornada, em inglês se diz, foi upside down. E tudo fugiu ao controle que Jó imaginava ter em relação à sua história.
Assim como Jó, somos eventualmente atingidos e agredidos pela violência, agressão, competição, e nos deparamos com o inusitado. Por ser uma situação nova e angustiantemente dolorida, nossos pés são retirados do chão, já não encontramos lugar firme para pisar. Surgem a impotência, a culpa, a raiva e a acusação, de formas intercaladas e incoerentes.
Ao lermos Jó, vemos o começo sabendo do fim, mas a vida real não é assim. Ele também não conhecia os bastidores, não era capaz de identificar os agentes da trama, apenas sofria os efeitos desta colossal avalanche. Assim também se dá conosco!
Tentar entender propósitos, sentido e significado nestes momentos não apenas é inócuo como também absurdamente impossível. Mas quando podemos ter vislumbres de esperança, isto em si é libertador. Se ao menos conseguíssemos ver além do ordinário…Por isto Jó declara:
“Eu sei que o meu redentor vive,
E que por fim se levantará do pó”.
Será que podemos fazer semelhante declaração diante do trágico?
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