Desabafo recente de um grande ex-industrial brasileiro nas redes sociais: ´… a melhor venda que fizemos foi a da própria empresa. Chega de Sindicatos, de ações trabalhistas esdrúxulas, de fiscais do ministério do trabalho, da fazenda estadual, da receita federal, do CREA, do CRQ, do CRA, dos bombeiros, da Prefeitura, do capeta, etc, etc. Agora, é só ir na CEF ver quanto rendeu a aplicação, torcendo para que os juros aumentem. Infelizmente, nesse país, empresário é taxado como safado ou sonegador´… veja nas novelas: o empresário é sempre vilão. Qual o estímulo que alguém tem para empreender nesse país?´
O grito/desabafo do ex-industrial brasileiro é relevante e merecia ser avaliado pelos insaciáveis governantes de nosso país de forma contundente. Afinal, a passos largos caminha a desindustrialização brasileira. Infelizmente é inegável que a venda da empresa continua sendo o sonho da grande maioria do espoliado industrial brasileiro. O assunto que é recorrente em nossa coluna é de alta relevância. Ora, segundo dados do IBGE, em 2.008, a indústria representava 18,55% do PIB brasileiro; agora menos de 10%. Contudo, é salutar saber, que não estamos na contra mão da desindustrialização mundial. Estamos diminuindo juntos, porém de maneira mais acelerada. Por que?
Simples: nossos problemas estruturais ocasionados pelos sucessivos e crescentes deficits públicos que geram inflação intermitente, carga tributária avassaladora de 40% da produção, impostos pagos antecipadamente antes mesmo de receberem os recursos oriundos da comercialização dos produtos, juros mais altos do mundo, burocracia com regulamentações excessivas, leis de proteção trabalhista cada vez mais rigorosa que impõe pesadas multas por quaisquer pequenas anomalias, terceirização proibida, tudo isto concorre para perda da competitividade da indústria brasileira. Por isso estamos correndo na frente neste processo, sem perspectiva de retorno. Cena triste!
O pior é que o mundo conspira para que seja impossível conter este processo de desindustrialização sem a implementação de uma política industrial forte, com incentivos à inovação, ao conhecimento, às novas tecnologias, com visão de futuro e inserção na indústria 4.0, ou alta tecnologia. Além disto, no nosso caso, é preciso resolver os problemas colocados acima que se chamam custo Brasil. Fora disto, restará o consolo de sermos, em breve, somente uma pátria agrícola ou voltarmos à condição de Colônia Agrícola do mundo, com o consolo de sermos exportadores de minério de ferro, somente. Só que, agora, com alto desemprego e insegurança, seremos eternamente pobres. A conferir…
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