Se for verdade mesmo que os políticos em geral, irão gastar, ou pretendem gastar o que declararam no registro de suas candidaturas, o povo está feito. Ora, deixando de lado as candidaturas presidenciais, que ascendem às cifras dos bilhões, recolhamos-nos para a paróquia, para nosso terreiro, para nossa realidade. Teve gente que informou esperar despender até três milhões de reais na campanha. Sendo assim, vai chover dinheiro em Goiás. A campanha dura pouco mais de dois meses. Um candidato, que pretende gastar três milhões de reais, vai torrar um milhão e meio por mês, ou seja, 50 mil reais todo dia. Já imaginaram?
Nada contra, mas em sendo assim, muita gente vai bamburrar. É o pessoal que está ligado mais diretamente às campanhas, aqueles que distribuem os “santinhos”, andam de porta em porta, carregam o candidato nos ombros, brigam nas esquinas, discutem com a família e defendem, com unhas e dentes, as propostas de seus candidatos. Pelo menos é o que se supõe. É a beleza da democracia. O que não se sabe, entretanto, é de onde vem tanto dinheiro, se é que vem mesmo. Do que se conhece, poucos dos homens (e mulheres) que colocaram seus nomes à disposição, teriam, ou em espécie, ou em patrimônio, tão elevadas quantias. Coisas para a Receita Federal resolver.
Pode até ser que isto se explique como “doação de campanha”, o que é muito relativo. Nos dias atuais, pouca gente, mas pouca gente mesmo, estaria disposta a “doar dinheiro para candidato”, a não ser que esteja formando compromissos (e que compromissos) para o futuro. Na realidade, por mais econômico que seja, o político eleito nunca teria o retorno do investimento apenas com seu salário.
Pode ser, também, que tudo não passe de bravatas, de papo furado, que esse pessoal não tenha essa grana toda é nada. Pelo sim, pelo não, é bom o eleitor ficar de olho. Quando perceber que tem campanha milionária, gente gastando dinheiro à rodo, seria de bom alvitre que se aproximasse desse pessoal, tirasse uma casquinha, arranjasse uma”boquinha”. Depois, votar são outros quinhentos. O voto é secreto mesmo. Ou não? O que manda, na verdade, é o eleitor estar consciente, escolher o candidato que mostre melhores propostas, se apresente mais honesto, mais correto e que tenha lastro de honradez. Fora disso, é só lorota. Se você, eleitor, se deparar com candidato jogando dinheiro para o alto nessa campanha, desconfie. Ele está querendo comprar a sua consciência. Não a venda. Você via precisar dela no futuro. Se não for você, serão seus filhos, seus netos. Pense nisso…
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