Estamos nos civilizando. Que ótimo! Os veículos de comunicação já não se preocupam somente com a violência, com a economia, com a política, ou com o erotismo descarado e sem pudor. Tenho observado que as grandes redes de tvs, jornais e revistas estão veiculando, também, com assinaturas e iniciativas próprias, a solidariedade, os bons modos, os bons costumes, a cidadania. Prova de que os brasileiros também têm direito a serem cidadãos, a serem respeitados, a serem notados.
Ainda que defeituosos ou com propostas acanhadas, com muitos reparos a serem feitos, alguns projetos, realmente, sinalizam para um amanhã bem melhor. Temos de acreditar nisto. O Código de Defesa do Consumidor é um exemplo claro de que andamos alguns importantes passos. O Estatuto da Criança e do Adolescente, o Estatuto do Idoso, os programas de combate ao trabalho infantil, ao trabalho escravo, à prostituição, tudo isto, somado, reflete que o povo brasileiro, independentemente dos políticos, ou, até com eles, tem um fio de esperança.
Nossas leis estão avançando e para melhor. A reforma do Código Civil ampliou os direitos de família beneficiando sobremaneira os aspectos sociais. Embora carecendo também de uma reforma urgente, no sexagenário Código Penal introduziram recentemente severas penalidades para aqueles que atentam contra a honra e a moral, além ainda, da inclusão da controvertida Lei do Desarmamento. Embora muito desses direitos foram adquiridos por ocasião da promulgação da Constituição de 1988, somente agora a sociedade começa a colher os benefícios institucionais.
Quem sabe, com a tecnologia disponível, com a globalização de praticamente tudo, com o acesso à informação, nossos compatriotas não soltam o verdadeiro grito da independência? Afinal de contas, nem tudo está perdido. A educação, a gentileza, o cavalheirismo, a solidariedade, o amor ao próximo, coisas tão comuns ao nosso povo e que andavam desaparecidas por conta de uma corrida desenfreada, na cada vez mais competitiva sociedade, estavam sufocando as pessoas. O ter, em lugar do ser. O eu no lugar do nós, o famigerado “levar vantagem em tudo”, vão desaparecendo. Felizmente. Resta, agora, aproveitarmos esta onda e, cada um se esforçar para fazer a sua parte, dar a sua contribuição cívica. Eu, pelo menos, estou procurando fazer a minha.
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