Muita gente pensa, de forma equivocada, que professor é pago para educar seus filhos. Definitivamente, não é. Professor ganha para instruir, imprimir cultura, ensinamentos. Educação quem dá é pai e mãe. Ou deveria ser. Deveria, pois o que se tem visto nas escolas por aí (públicas e particulares) é uma grande inversão de valores. Professores obrigados (obrigados mesmo) a “obedecer” alunos e pais de alunos. Lamentável, sob todos os aspectos.
Sem nenhum temor de se estar exagerando, passa-se da hora de cobrar atitudes dos pais e responsáveis por crianças (muitas nem tão crianças assim) nas salas de aulas. Há casos de professores que estão traumatizados, devido ao sem número de pressões de recebem. Inclusive ameaças físicas.
No último dia 20, um aluno de 14 anos agrediu a professora Paula Aparecida Alves, de 37 anos, cidade de Ribeirão Preto, São Paulo. Além dos socos, chutes e outros espancamentos, ele ainda a ameaçou de morte. Não aconteceu nada com ele, nem com seus pais. Com a professora sim. Ela simplesmente está abandonando a profissão que exerce há 12 anos.
Em Vila Velha, Espírito Santo, semana passada um aluno de 13 anos espancou um professor de 35, deixando-o gravemente ferido. E o pior não é isso. Em muitos dos casos, os agressores têm o apoio e o amparo dos familiares. A violência contra o professor já faz parte da rotina das escolas públicas. Segundo pesquisa do Sindicato dos Professores de São Paulo (Apeoesp), em 25% dos casos de agressões verbais e físicas contra os educadores da rede estadual, são os parentes dos estudantes os autores das ameaças, tapas e xingamentos.
Lamentavelmente, não são casos isolados e não acontecem somente em São Paulo ou no Espírito Santo. Aqui pertinho de nós, em Anápolis mesmo, temos casos tão, ou até mais graves do que esses. Os professores que, no passado eram símbolo de respeito, de consideração por parte das famílias, são hoje menosprezados, ignorados e, pasmem, agredidos por aqueles a quem dedicam seu tempo, sua saúde, seu vigor para tirá-los da sombra da ignorância.
O que se espera é o despertamento das autoridades que precisam enxergar o que está acontecendo em muitas escolas. E que se apure de onde vem tanta violência que acaba atingindo a quem não tem absolutamente nada com isso. Na verdade, nos dias de hoje, as pessoas (principalmente os chamados menores de idade) são amparadas por uma grande teia de proteção, os chamados diretos de cidadania. Tudo bem. Mas, quando é que tais pessoas vão, também, ser confrontadas com os deveres sociais. Tipo respeitar o próximo, respeitar o professor, respeitar os colegas de sala, respeitar a lei? Sob pena de estarmos formando uma geração irreverente, irresponsável, inescrupulosa e, acima de tudo, violenta. Quem não respeita professor, no futuro não vai respeitar a ninguém. Ou vai?
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