Em busca do sentido

Nem só de economia política vive o leitor. Nem eu! Afinal, emoções variadas, no dia a dia, nos embalam e nos motivam a encontrar o verdadeiro sentido da vida. Pessoas há que, pessimistas em demasia, sentem a vida como obstáculo, se transformam em vítimas, numa maneira muito fácil de destruir a vida ou a alegria de viver. Outras há que, otimistas, agem com sentimento de entusiasmo, esperança e confiança e vêm, nas crises, oportunidades de crescer ou melhorar de maneira contínua seus ambientes familiares, de negócios e sociais. A decisão é de cada um de nós. Lógico, sugeriremos a melhor!
Duas semanas atrás nosso país acompanhou, assustado, o suicídio de um grande e tradicional empresário no ramo moveleiro nacional, com sede em Rio Claro, São Paulo. Tratava-se da maior e mais tradicional fábrica de móveis estofados do Brasil, com mais de 1.100 empregados numa única unidade industrial. Embora a causa não tenha sido divulgada pelos órgãos competentes, sabe-se que a crise de vendas, de inadimplência dos clientes e com o próprio estreitamento do mercado nacional, forçou-o a ir demitindo funcionários, sendo que, com os mais de 210 demitidos por derradeiro, tentou fazer acordo com Sindicatos para reduzir horas de trabalho e redução de salários, com objetivos de evitar a demissão e não conseguiu. O Sindicato não aceitou. A lei atrasada brasileira não aceita. Triste para a empresa. Tristeza maior para um País aparelhado por Sindicatos. O empresário desistiu de viver. Triste!
O caso me remeteu a uma reminiscência de quando, por curiosidade extrema, em viagem cultural por Viena, Áustria, tive o prazer de conhecer a localização e a clínica fundada pelo criador da logoterapia, Doutor Viktor E. Frankl. Ele foi um sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz. É também o autor do livro ´EM BUSCA DO SENTIDO´, onde relata a própria experiência vivida naquele campo de concentração, onde muitos prisioneiros deixavam morrer pela depressão, pela desesperança ou pela dor; outros, como ele próprio, passando fome, humilhações, privações de toda ordem, sem muita expectativa de vida, encontraram forças e conseguiram sobreviver. Qual a diferença? Qual o sentido da vida para um desesperançado aguardando a hora da morte? O livro mostra isto.
Dr. Viktor, em sua clínica, quando consultado por um paciente que se dizia em depressão, a primeira pergunta que fazia era, de maneira brusca: ´POR QUE VOCÊ NÃO SUICIDA´? O tratamento, então, consistia em trabalhar a partir da resposta do cliente. A lógica era que se a pessoa o procurou é porque queria ser curada e porque tinha uma razão para viver, que poderia ser se sentirem amadas, ter amor familiar, sentir-se capacitada para ajudar os outros, ter bom humor, não estar centradas em torno de si mesma, mas voltada para o que pode ser feito agora e no futuro para o próximo. Enfim, amor ao próximo era fundamental, antes de tudo. Daí, a máxima creditada ao Doutor Viktor: ´QUEM TEM UMA RAZÃO PARA VIVER, SUPORTA TUDO´.
Ao ler o livro, o leitor verá que pessoas mais otimistas são mais resilientes a crises, quaisquer que sejam, e estas pessoas têm mais capacidade para resolver problemas, tem mais autoestima, mais empatia e senso de humor. Estas pessoas, ao invés de sairem traumatizadas após serem submetidas a crises, como a que vivemos aqui em nosso país no momento, sentem-se mais preparadas para encarar os desafios que o momento requer. Por isso, sugiro otimismo para todos os leitores.
A LOGOTERAPIA veio para ficar contrapondo muitos princípios Freudianos até então dominantes. Isto, porém, não é importante aqui nesta mensagem. É minha obrigação, então, aqui e agora, convidar você, sofrido empresário brasileiro, a ter fé e esperança na vida, no país, com otimismo sempre, porque as crises provocadas por governos incompetentes são conjunturais e haverão de passar, sabendo que o país e a nação precisam de você. Afinal, é você que gera empregos, paga impostos e sustenta os governos. Simples assim!…