Estrela del paraguay S/A.

Em outubro/2015, tínhamos em torno de sete milhões de desempregados. Na coluna informávamos que assistiamos, atonitos, uma desindustrialização acelerada em nosso país, com a notícia de que não podiamos fazer nada e não vermos luz no fim do túnel, até porque não havia nenhuma ação corretiva dos entraves nacionais. A situação permanece. Agora com 14 mihões de desempregados. Naquele momento, 42 empresas brasileiras arrumaram as malas rumo ao Paraguay, inclusive grandes: Vale, Camargo Correia, Guararapes, Budemeyer, entre outras, levando em torno de 10.000 empregos.
A corrida rumo ao Paraguay tem lógica economico/financeira: Lá tem-se, já de há muito, estabilidade política e social, polos industriais, segurança nos transportes, legislação trabalhista simples e descomplicada, ambiente de negócios confiável, incentivos fiscais, energia elétrica e mão de obra mais barata 40%, um povo sofrido com vontade de trabalhar. Além disto, menos burocracia e facilidades de acesso a mercados internacionais, União Européia inclusa, por fazer parte do Sistema Geral de Preferências. Tudo isto somados tornam os produtos fabricados no Paraguay com custos chineses, bem perto de um grande mercado chamado Brasil.
Neste contexto histórico do Paraguay, recentemente, em fevereiro/2017, foi inaugurada na cidade de Hernandárias, com 200 empregos, uma fábrica da fabricante de brinquedos Estrela, empresa que tem três unidades fabris no Brasil. Lá, além de tudo o já citado acima, a empresa será beneficiada por uma lei ´Maquila´ que garante isenções fiscais para empresa que importam componentes e montam os produtos para exportação. Praticamente estão intereressados no emprego. Anote aí: será uma questão de tempo essa importante empresa nacional ir transferindo, paulatinamente, seus negócios para aquele país. Afinal, os representantes da Estrela já afirmaram: ´o Paraguay pode virar uma nova China, só que aqui bem perto do Brasil´. Apenas uma ponte nos separa.
Enquanto isto, do lado de cá da ponte, uma desgastante burocracia, desacertos fiscais, carga tributária que chega a 40% dos produtos, terceirização de componentes proibida, legislação trabalhista envelhecidada, legislação fiscal cheia de pegadinhas e só acessível aos mais caros advogados tributaristas, insegurança jurídica, insegurança social, mão de obra desqualificada, crença de uma nação paternalista, entre outros, expulsam qualquer negócio da alta competição no mundo globalizado. Caminhamos para o caos total.
O fato é que enquanto poderíamos estar discutindo como melhorar nosso ambiente de negócios, nossa discussão é só política: Presidente cai ou não? Quem será próximo a se sucumbir à lava jato? E por aí vai…Como o mundo não espera, vamos ficando para trás. O desemprego aumentará. A Previdência piorará. As empresas vão embora ou quebrarão sob a tutela de uma Estado perdulário e gastador com injustiça social. Os que adotam o lema ´quanto pior, melhor´ fazem a festa. Para aonde vamor? A pensar!…