Domingo desses, em dia de culto de Ação de Graças, o pregador, inspirado em fatos bíblicos, citou exemplos de mentiras que marcaram a história do antes e do depois de Cristo. Foram muitas as alusões acerca daqueles que exercendo o poder em nome do Estado e invocando nomes de deuses, iludiram, furtaram, barbarizaram, promoveram guerras e provocaram a cegueira moral e intelectual de várias nações.
O pregador procurava atestar que ídolos mentem. E pelos exemplos apregoados, os ídolos mentirosos extraídos do livro dos livros eram, principalmente, as autoridades e personalidades revestidas de poder – reis, generais, profetas, escribas/os doutores das leis – enfim, gente hipócrita e intitulada fariseus. A história mostra que naquela época muitos governos foram compostos por políticos dessa natureza.
Passaram-se os personagens das sagradas escrituras. Mudaram-se os costumes e as crenças. Entretanto, algumas práticas de governo, permanecem as mesmas. Muitas autoridades, inspiradas em modernos princípios de administração, sistematicamente organizados em poderes distintos – no caso do Brasil são três os poderes -, continuam, no exercício de suas funções, desfraldando, corrompendo e iludindo. Insistem com os mesmos métodos nefastos das autoridades do passado, que tinham em seus conselhos políticos, entre outras laranjas podres, os falsos profetas.
A recente história nos apresenta agora um ídolo de milhões de brasileiros. Muitos desses cidadãos esperaram por mais de 25 anos para conduzir ao mais alto posto executivo da federação um líder que dizia falar a língua dos pobres e dos oprimidos. Um ex-metalúrgico que prometia governo diferente, ético, acima de tudo honesto e com planos de gerência que levariam à justiça social, pelo menos. Um governo da esperança de 52.792.927 eleitores.
Esse notável em seu primeiro pronunciamento à nação, entre outros compromissos, lançou o Fome Zero, programa composto de ações integradas com o objetivo de erradicar a fome e implementar uma política de segurança alimentar. Até Ministério, com nome sugestivo (MESA) foi criado para cuidar disso.
Que fim levaram essas promessas? Foram apenas ilusionismo e juras ao vento?
Voltemos então ao pastor evangélico que concluiu as suas palavras afirmando: “Ídolos mentem. Ídolos são como as águas do mar, que não saciam a sede dos que dela procuram beber”.
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