No decorrer do tempo, a ciência e a tecnologia trouxeram ao homem, facilidades incontáveis, abreviando e otimizando as relações, bem como agilizando procedimentos indispensáveis para uma boa qualidade de vida. Dos avanços mais espetaculares, indiscutivelmente, a comunicação ocupa o primeiro lugar. Hoje falamos com facilidade para qualquer parte do mundo. Também, somos vistos e vemos, através da aparelhagem moderna, dirigida por satélite e outros recursos eletro/eletrônicos, com uma precisão inimaginável até há bem pouco tempo. A internet, os cabos óticos, os maravilhosos sistemas de intercomunicação chegam a beirar as raias do inacreditável, tamanha a versatilidade que se nos apresentam.
O que dizer, então dos ágeis, modernos e diminutos aparelhos celulares, que além de permitir que conversemos, também façamos operações bancárias, enviemos fotos, mensagens, imagens e uma série de outros projetos de comunicação? São dos mais variados modelos, com as mais diferentes potências e com as mais inovadoras propostas de aprimoramento dos contatos entre pessoas e instituições. É o homem que, em determinados casos, adianta-se ao ideal, ao real e ao ponderável. Sinal dos tempos, o progresso permite que isso aconteça e a humanidade agradece.
Agradece mesmo?
E para onde estão indo a nossa individualidade, a nossa personalidade e a nossa intimidade? O leitor já reparou que, a cada dia que passa, pessoas que não conhecemos e nem sabemos de onde são, têm em mãos dados sobre nossa identidade, nosso trabalho, nosso salário, nossas condições econômico/financeira e familiar? E, o que dizer daqueles que, de maneira inexplicável, nos localizam, nos abordam, nos descobrem e nos contatam com uma intimidade que temos dificuldades em crer?
Isso, todavia, não é nada, quando as facilidades da comunicação são usadas para o mal. De repente, um telefonema aparentemente inofensivo, tendo do outro lado uma voz educada, oferecendo-nos determinado serviço ou informação, é uma grande armadilha para nos envolver em processos ardilosos ou criminosos. Uma simples navegada pela internet, pode nos comprometer, pois nossos dados são roubados por quadrilhas especializadas, os chamados hacker‘s, ou, na conceituação mais moderna, cibercriminosos.
Tem mais. Em algum lugar, alguém está nos filmando; em alguma conversa, alguém está nos gravando; em alguma ligação, nosso telefone está “grampeado”; em determinada circunstância, estamos sendo espionados. Todos nós, indistintamente, estamos sendo espionados, nossa vida bisbilhotada, nossos projetos pessoais escancarados, tudo isso graças às facilidades da tecnologia.
Assim sendo, todo cuidado é pouco. Quando falarmos ao telefone; quando acessarmos a internet; quando formos abordados de forma amistosa; quando alguém nos solicita “um favor” dentro de uma agência bancária, ou quando alguém nos liga pedindo uma informação. Não se trata de nenhum terrorismo, nem de qualquer síndrome. Na verdade, há momentos em que sentimos saudades das inofensivas cartas que escrevíamos, dos telegramas e de outros meios de comunicação, menos eficazes, mas, muito mais seguros. A verdade é essa.
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