Motocicletas no trânsito das pequenas, médias e grandes cidades brasileiras, constituem uma realidade inegável, incontestável, com a qual todos têm, queiram, ou não, o dever de com elas conviver. Elas chegam às dezenas, centenas, milhares, todos os dias, às ruas, principalmente pela facilidade de aquisição e pela praticidade que se apregoa de seu uso. Moto é mais barata, mais ágil, mais prática e mais econômica do que carro. Verdade absoluta. O que todos – pedestres, motoristas, ciclistas e outros usuários das vias públicas – têm de observar, todavia, é como será esta convivência, como dividir os espaços das ruas, dos estacionamentos e dos logradouros em geral com esses veículos de duas rodas.
Moto no trânsito é um desafio para todos. Povo e autoridades. Milhares, talvez milhões, de brasileiros não poderiam viver sem elas. A maioria absoluta porque depende de tais veículos para a locomoção diária, rumo ao trabalho, à escola e a outras atividades. Grande parte das empresas depende de motocicletas para sua logística de trabalho, de atividades econômicas. Não se pode pensar em empresas sem motocicleta. Teses que reforça, cada vez mais, a importância da motocicleta no cotidiano dos brasileiros.
Quanto à necessidade de convivência entre pedestres, condutores de outros veículos, o povo, as autoridades, todo mundo, é um grande, imenso, quase insuperável desafio. Mas ele tem de ser enfrentado. A “briga” entre “motoqueiros” e “os outros”, é diária e constante. Falta, às vezes, o respeito de ambas as partes. A moto tem o direito de circular, é um veículo legal, legalizado. O carro também. As bicicletas também. O que se faz necessário, portanto, é o entendimento. Sem ele, não se chegará a lugar algum.
Fala-se, aqui, principalmente, de convivência e, muito mais do que isso, de segurança.
Estatísticas do Ministério da Saúde são assustadoras. Os acidentes envolvendo motocicletas e os outros veículos se multiplicaram incontroladamente, nos últimos anos e, hoje, consomem milhões e milhões de reais nos reparos de prejuízos, na recuperação do patrimônio e, principalmente, no custo para o tratamento enfermidades, acidentes, seguros, funerais e outras despesas.
Todos os dias, centenas de famílias em todo o Território Nacional convivem com a dor, com o luto, com a incerteza. Tudo isso tendo como causa, invariavelmente, acidentes com motocicletas. Gente que saiu de casa com a moto para trabalhar e volta em uma urna mortuária, ou vai para o leito de um hospital. E, o que constrange, causando indignação, é saber que grande parte deles poderia ter sido evitada, bastando que para isso se empregasse o bom senso. De ambas as partes. As ruas são públicas, as avenidas são públicas. Todos têm direito de acesso a elas. Mas, o direito de um, acaba quando começa o direito do outro. Precisamos pensar, e repensar, sobre as motocicletas. Pensar sobre a vida, principalmente.
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