Volta e meia a Rede Globo sacode o Brasil com um tema dramático. Domingo passado (19) mesmo, foi um dia assim. A história (e que história) dos meninos envolvidos com o tráfico no Rio de Janeiro, é por demais conhecida. Aliás, nem é preciso assistir à Globo e nem é preciso que se vá ao Rio de Janeiro para ver aquilo. Dia desses o assunto foi enfocado aqui neste espaço, chamando a atenção de todos nós sobre os rumos procurados por muitas de nossas crianças, de nossos adolescentes e nossos jovens. Lembram? (E Ninguém faz nada… Nem eu?). A droga que se vende no Rio, São Paulo, Porto Alegre, Salvador, é a mesma que se vende na Ceilândia, na Samambaia, nos morros de Goiânia, nas favelas de Anápolis. Quando não muito, ela passa por aqui, vinda do Paraguai, da Bolívia, do Peru, da Colômbia. Do Brasil mesmo. O assunto só não tem impacto, por que não é mostrado com a tecnologia da Globo, com a promoção que ela faz quando de um episódio assim.
A reportagem, no entanto, serviu, pelo menos, para uma coisa: estamos diante de uma realidade que muitos (governos, povo, lideranças comunitárias) não querem ver. Fazem como o avestruz, que esconde a cabeça no buraco, quando o perigo se aproxima. A realidade das drogas está dentro de nossos lares, de nossas escolas, de nossas empresas. Nossos filhos, os amigos de nossos filhos, os vizinhos, os conhecidos, todos eles, em menor ou maior intensidade, já tiveram, ou um dia, vão ter a oportunidade de, pelo menos, chegarem perto delas. Tomara que ainda não tenham chegado. Tomara que não tenham se envolvido com elas.
Dessa forma, não basta apenas ficar indignado, comentando, avaliando, criticando ou observando o que a Globo mostrou, mas que todo mundo está cansado de saber: uma geração quase que inteira, está na “marca do pênalti”, na “corda bamba”, na “alça de mira”. É preciso, então, agirmos. Todos nós. Deixar só por conta dos governos, já vimos que não resolve. Virar as costas, muito menos. Fingir que não é com a gente, vira covardia. Aceitar o “destino” é pior ainda. O certo, certo mesmo, é a união das famílias, das igrejas, das instituições, dos poderes constituídos, todos numa ampla mesa de discussão, criando alternativas, e já, para combatermos o mal que se avizinha. Quem sabe, já esteja entre nós. A hora é agora, não dá pra ficar esperando. Muito menos pra ficar filosofando. As drogas matam. E como têm matado. Vamos lutar contra elas.
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