Muitos países têm o seu fantasma. A França criou o “Fantasma da Ópera”, enquanto a Transilvânia (hoje Romênia), se notabilizou com o Drácula. O Brasil, também, tem o seu fantasma. O nome dele é desemprego.
Pesquisas apontam que esse danado é o terror do brasileiro. Os números, como os fantasmas, assustam. Os trabalhadores que não têm carteira assinada ultrapassam os 50 por cento da massa produtiva. Isso, sem contar os totalmente desempregados que perambulam pelas ruas em busca de “qualquer coisa”, e os que vivem no subemprego ganhando, igualmente, “qualquer coisa”. Fora os assalariados do mínimo, que de ridículo, deveria se chamar salário ínfimo. Talvez, salário mísero.
É humilhante para um pai de família, depois de vagar pelas ruas buscando uma vaga para trabalhar, retornar para casa com as mãos vazias, enquanto a esposa e os filhos clamam por comida, por dignidade. Não existe coisa mais doida do que ver uma criança chorando por um agasalho, um alimento, um remédio e os pais não ter como socorrer.
E esse fantasma não é exclusividade dos grandes centros. Nos grotões do interior, não há trabalho no campo. E, quando há, em muitos casos, é trabalho escravo. Nas cidades de médio porte, o problema é o mesmo. E, quando tem emprego, o trabalhador não está qualificado. Onde estariam os programas dos governos que se propuseram a preparar a mão de obra?
Os partidos estão em campanha política. Vemos todo dia nos veículos de comunicação candidatos falando mal uns dos outros. Não temos presenciado, entretanto, projetos exeqüíveis de se criarem mais empregos. O brasileiro espera dos candidatos à Presidência da República, aos governos estaduais, ao Senado, à Câmara Federal e às Assembléias Legislativas, propostas para que se reverta esse quadro desumano das filas para Bolsa Escola, Bolsa Família, bolsa isso, bolsa aquilo. O pacato cidadão quer trabalhar, receber o seu salário no final do mês. E não esmolas em formas de projetos, que servem mais para alimentar a vaidade e a demagogia daqueles que aprenderam a viver da desgraça dos trabalhadores.
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