De vez em quando surgem neologismos. De acordo com a Wikipédia trata-se de um fenômeno linguístico que consiste na criação de uma palavra ou expressão nova, ou na atribuição de um novo sentido a uma palavra já existente. Ele pode ser criado de forma espontânea, ou artificial para fins pejorativos ou não. Pode surgir na própria língua ou ser importado de uma língua estrangeira, como ocorre em linguagem técnica. Há ainda neologismos de cunho popular ou literário.
O termo “empoderamento”, por exemplo, começou a ser usado recentemente, e sua definição é próxima da noção de autonomia, pois se refere à capacidade de indivíduos e grupos decidirem sobre as questões que lhe dizem respeito. Paulo Freire foi o primeiro a usá-la, e sua definição é próxima da noção de autonomia.
Outro termo que tem sido usado é validação, que significa “conceder valor”, reconhecer o outro. Sua idéia está ligada à apreciação, cuja raiz nos faz lembrar algo como “dar preço”. Você pode apreciar alguém, ou depreciar, assim como faz com um objeto. Quando se “aprecia”, valoriza-se o que o outro é, quando se “deprecia”, retira-se o valor inerente.
De forma popular, nossa região tem ainda o habito de pedir benção aos pais. Muitos de nós nascemos em casa onde se diz “benção pai”, ou “benção mãe”, e isto também é dirigido a tios, avós, pessoas idosas, ou figuras de autoridade espiritual como o sacerdote, etc. A palavra “abençoar”, vem do latim “benedicte”, que significa “afirmar o outro”. Quando abençoamos estamos reconhecendo o valor que o outro tem. Afirmamos o outro enquanto ser.
Validar ou apreciar é algo extremamente importante. Infelizmente nossa cultura não tem facilidade para validar, mas para depreciar, amaldiçoar, desrespeitar, esvaziar o sentido do outro. Talvez existam pessoas ao seu redor que você nunca tenha olhado e dito “você é importante”, ou que a aprecia. Filhos precisam desesperadamente disto! Eu diria que o problema da baixa auto estima de nossos filhos está diretamente relacionada ao fato de que nunca os abraçamos e honestamente dizemos o quanto os apreciamos, mas somos rápidos para criticar seus desatinos, performance ou decisões equivocadas. E o que dizer de nossos cônjuges, que nunca recebem o mínimo de apreciação?
No mundo empresarial, nossos funcionários e colegas de trabalho estão ansiosos por alguma forma de reconhecimento, mas aprendemos tanto a criticar, que não existem mais palavras em nós para “abençoar” o outro, para validá-lo. Ninguém tem o poder de adivinhação, se você não disser, nunca saberão.
Você reconhece e valida os outros? Temos dificuldade em conceder valor e expressá-lo. Que tal logo após a leitura deste artigo ligar para alguém que há muito espera isto de você? Talvez seja necessário uma “lista” de pessoas que precisam do seu reconhecimento. Um telefonema, um cartão, um “cheque-bônus”, uma “mesada maior”, uma apreciação pública diante dos outros funcionários, uma palavra de carinho na mesa de jantar, tudo isto pode ser o instrumento para o inicio desta caminhada.
Da polarização à união é o desafio pós-eleições
A polarização política intensificada durante o primeiro e segundo turnos das eleições de 2024 trouxe à tona uma série de...