Estamos perdendo a nossa capacidade de amar! Lamentavelmente… Não sei se é por conta da corrida do dia-a-dia, ou se estamos, de fato, sendo escravizados pelas obrigações materiais que insistem em afastar nossos corações de outros corações. O certo é que estamos frios. Cada vez mais frios, cada vez mais distantes daqueles que nos são caros…
Não temos mais a elegância de oferecermos passagem para o outro condutor quando estamos ao volante. Nem temos mais delicadeza de enviar flores à pessoa amada. Não nos detemos mais pelo caminho para apreciarmos a singeleza estampada no sorriso de uma criança, ou, quem sabe, nos raios do sol em cada manhã. Não cumprimentamos os nossos vizinhos, isso pode nos roubar tempo…
A competição está fazendo de nós verdadeiras máquinas a serviço do capitalismo, do material. Somos uma “engenhoca” à procura de tudo, quando, invariavelmente, o produto desse tudo, acaba sendo o nada. Corremos atrás do vento. Não temos tido tempo para a família e os amigos. Nos limitamos ao “bom dia, boa tarde, como vai?”, feitos mecanicamente. Não temos tido tempo.
Desse jeito, e, assim sendo, viramos estanhos entre nós, passageiros da agonia. Estamos indo, não sabemos de onde, para aonde não sabemos. É a filosofia do novo século que está começando, nos atirando uns contra os outros, numa luta sem nexo, numa competição inexplicável, irracional, nos conduzindo para o desconhecido, o inimaginável, o começo de um fim.
Não podemos perder a nossa capacidade de amar. Amar as pessoas, amar as coisas boas, amar a nós mesmos. Isto, por que, somos simples viajantes de passagem por esse mundo. Nada trouxemos para ele e dele, nada levaremos. Esta é a grande certeza. Quanto ao mais, é bom saber que diante de tanta aridez, de tanto desengano, de tanto sofrimento e de tantas lutas perdidas, vale a pena amar.
De todas as virtudes, de todos os bens que possamos realizar, de tudo o que de positivo possamos produzir, é indiscutível que o amor, a emoção, o bem-querer, é o que nos conduz para mais perto de Deus. A propósito, foi Ele mesmo quem recomendou. “Amais uns aos outros, como eu vos amei”. “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Já lemos isso? Já ouvimos isso? Então, o que estamos esperando?
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