A comunidade anapolina está vivenciando comportamentos estranhos que, antes, não aconteciam. Jovens sendo destruídos pelo uso de crack, uma substância tão arrasadora que torna quem a usa uma pessoa alienada, dominada, escravizada e tão dependente que o viciado, a cada dia, mais necessita dessa droga maldita.
Outras drogas são usadas há mais tempo como a maconha, o ópio, a cocaína, alucinógenos e que causam dependência, mas como o crack não há. O crack destrói: é o fim!
Escrevo hoje não para falar de drogas, de viciados, mas para fazer um alerta sobre um problema atual e que as autoridades competentes estão se omitindo no seu combate. Falo sobre o som automotivo que passa fazendo tum tum tum acionando alarmes de veículos nas ruas e, até, nas garagens das residências, um som que não tem melodia. A gente não ouve musica. Ouve-se, apenas, um barulho ensurdecedor um pum pum pum.
Em geral, observei, que há duas classes de gente dirigindo esses veículos que possuem esse maldito som: ou são ricos em caminhonetes novas, geralmente escrito algum apelido. Ou, marca de som ou carros mais velhos: gols; chevetes, celtas, e geralmente ao volante estão moleques de boné na cabeça. Pessoas sem cultura e sem desconfiômetro. Inescrupulosos.
Conversei com um agente da CMTT sobre isso. Perguntei a ele o que se poderia fazer para repreender esses motoristas, se ele não poderia correr atrás desses delinquentes e apreender o veiculo. Ele disse que não pode fazer nada. “Eu teria que ter um decibelímetro (aparelho usado para medir o volume do som) para medir e mesmo se eu tivesse o aparelho, quando eu o alcançasse ele diminuiria o tum tum tum, ele diria que o volume estava baixo”, disse o agente.
Eu, diante dessa resposta, fiquei desapontado.
Conversei com um fiscal da Diretoria de Posturas que disse não poder fazer nada, pois o carro está em movimento e a competência é da CMTT. Outra decepção.
Coisas graves ainda irão acontecer se as autoridades continuarem se omitindo. As pessoas de bem irão começar a dar tiros nesses veículos e mortes poderão acontecer. Aliás, isso já aconteceu uma vez em Anápolis com um carro de propaganda volante. Um cidadão atirou no motorista e o matou.
Há que se mudar a legislação de trânsito e dar poder aos fiscais para apreenderem os veículos nessa situação incômoda e perturbadora do sossego público. Eu entendo que a palavra do fiscal vale mais que a do motorista inconsequente. Acho que o fiscal de trânsito e o da Postura têm legitimidade para apreender veículos e levar ao pátio e, estes, só saírem de lá quando retirarem o maldito som e pagarem a devidas multas. Há outro ponto: o veículo, só por ser rebaixado, já pode ser apreendido. Há casos aqui em que o som custa mais caro do que o próprio veículo. Pergunto: se o fiscal não pode fazer nada, quem poderá? O cidadão comum é que não pode.
Faço um alerta às autoridades competentes; ao diretor da CMTT; ao Comandante da PM; ao secretário de Meio Ambiente; ao diretor de Posturas; aos Promotores de Justiça, aos juízes da Comarca e ao delegado da Polícia Civil sobre esse problema que considero gravíssimo. Pergunto ainda: quem não teve um veículo com alarme disparado por causa do barulho? Quem não estava estacionado na porta de um escritório, de um restaurante, de uma igreja e que não teve de sair para desativar o alarme do carro? Quem não estava dormindo e teve de levantar para desarmar o alarme? Eu já fui vítima muitas vezes. E, confesso, se tivesse uma arma, teria atirado naquele momento.
Outra coisa interessante é que esses equipamentos geralmente são fruto de contrabando do Paraguai. Acho que os fiscais das receitas Federal e Estadual, deveriam fazer blitz nesses estabelecimentos de montagem de som e verificar a origem e notas fiscais. Geralmente essas instaladoras de som são estabelecimentos não registrados.
Até quando nossas autoridades vão se omitir?
O SOM QUE DESARMA, ALARMA E PODE MATAR
Imagine para quem tem um filho especial, diagnosticado com o Espectro Autista e tem muita sensibilidade no ouvido, passando por uma situação como essa?
Só Deus para nos ajudar.