Crescimento quer dizer aumento da riqueza aferido pelo PIB anual. Nos últimos 30 anos o Brasil cresceu à taxa média anual de 1,3% ao ano enquanto o mundo cresceu 2,7% e, como isto, ficamos 27% mais pobres em relação ao resto do mundo. Assunto em evidência, a discussão se arrasta. O mestre em administrador de empresas João Luiz Hoth publicou, em 2.006, um livro com este título onde mostra os gargalos da economia brasileira. Caiu no esquecimento! O ex Ministro e deputado Federal Delfin Neto anda às turras com esta situação que está empobrecendo nosso país. As causas, contudo, são elementares diria o detetive famoso Sherlock Holmes ao seu escudeiro Watson.
Num mundo cada vez mais competitivo, produtividade é a senha para este sucesso e é, também, a única maneira de sair da pobreza. Isto só se consegue com educação, investimentos e inovação. Estamos de mal a pior em todos estes quesitos. De nada adianta distribuir esmolas ou promover ações sociais por um lado com aumentos sucessivos de impostos por outro, como tem sido o modelo brasileiro há mais de 30 anos, fato que foi acelerado nos últimos 15 anos e que elevou a carga tributária brasileira para quase 40% do PIB. O pior é que tudo que é arrecadado ainda é insuficiente para o governo que pouco ou quase nada investe em melhorias na educação, saúde e segurança, as três principais obrigações do estado, nem em melhorias de infra-estrutura do país. E assim vamos todos empobrecendo!
Os gargalos, contudo são muitos. Impossível relatá-los todos nesta pequena coluna. Iniciemos por nosso sistema de transporte desbalanceado, sabendo que os fretes compõem o custo dos produtos e estes custos tiram a possibilidade de vender os produtos em outros países. Este fato, por si só, elimina nossa competitividade, cada vez mais acirrada mundo afora. Segundo a escola de negócios brasileiros, Fundação Dom Cabral, o custo logístico advindo da opção brasileira pelo transporte rodoviário representa assustadores 12% do nosso PIB, contra, em média 7% de outros grandes países (EUA, Rússia, China, Índia e Canadá). Por isso, nossos produtos são mais caros pelo menos em 5% em decorrência desta opção.
Como somos um país continental, iniciamos, por visão torta dos governantes do passado, o processo na contra mão da história, nos anos 50 do século XX, e continuamos com um impacto muito grande nos custos de operação pelo simples fato de ter optado pelo frete mais oneroso, o rodoviário. O assunto, de relevância, não é levado em conta por nossos governantes. O pior é que nos últimos 100 anos pouca coisa foi feita para melhorar este perfil. Nossa malha ferroviária permanece praticamente a mesma do século passado. Hidrovias, da mesma forma. Perdemos de 5 a 10% de tudo que produzimos em nossas estradas esburacadas e sem conservação. Como crescer?
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