Pasmém! Dos mais de 22 mil inscritos ao concurso promovido pela Secretaria Estadual da Educação, pouco mais de 600 foram aprovados. Surpresa maior ficou por conta do exame de ordem da OAB, no Distrito Federal, onde pouco mais de 15 por cento dos participantes conseguiram a aprovação.
O que estaria acontecendo com o ensino brasileiro? O que estariam ensinando nas escolas? Nas públicas, a desculpa é de que os governos não investem o que deveriam investir, que os professores não têm condições de trabalho, que ganham pouco etc. etc.
E nas particulares? Qual é a desculpa pelo baixo índice de rendimento dos alunos? Dizem alguns que nas escolas privadas, o aluno passa porque o pai paga mensalidade cara. Dizem mais: tem faculdade particular que nem promove mais o antigo vestibular, hoje batizado com o simpático nome de processo seletivo. Seletivo, do quê, ninguém sabe. Isso tudo, sem contar o comércio de diplomas e certificados falsos, que cresce como nunca no Brasil. O certo é que, lamentavelmente, com honrosas e raras exceções, o ensino brasileiro vai de mal a pior.
A lógica é a seguinte: o professor faz de conta que ensina, o aluno faz de conta que aprende. Uma pena. Fala-se, até, que esta é uma geração perdida. Claro que não é bem assim. Mas, é perto disso.
Numa avaliação grotesca, chega-se á conclusão de que muitos alunos se formam como “analfabetos virtuais”, pois sabem, como ninguém, manusear um computador, mas não são incapazes de cantar o Hino Nacional, de escrever um texto com menos de 40 por cento de erros gramaticais, ou, realizarem um simples operação de aritmética sem o auxílio das inseparáveis calculadoras. Escola no Brasil está virando símbolo de esculacho, de deboche.
O que se teme é o passar do tempo. Mais dia, menos dia, os poucos bons professores que, ainda estão em sala de aula, vão se aposentar, vão deixar a profissão. E aí? O que será das futuras gerações? Os que, hoje estão entrando para o mercado de trabalho, infelizmente, em grande parte, não estão preparados para a missão de ensinar. Não que seja por culpa deles. É que eles, também, não estão aprendendo o suficiente.
Daí a preocupação com os futuros médicos, engenheiros, dentistas, jornalistas, psicólogos e professores. Vão sair das faculdades sabendo o quê? Uma boa porcentagem desses vai se salvar. Seja por esforço próprio, seja por terem uma inteligência acima da média, que lhes permitirá aprender com bons professores, sem bons professores. Mas, estes são minoria. Ou os governos buscam um novo caminho para o ensino nacional, ou ainda, por muito tempo, vamos viver na condição de país emergente, outro nome encontrado para substituir subdesenvolvido.
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