…Fazem já 30 anos que o poeta/cantor Renato Russo perguntava e não obtinha resposta, culpa também da nossa histórica mania de transformar tudo em brincadeira, tudo em samba: ´Que país é este que /Nas favelas, no Senado/Sujeira pra todo lado/Ninguém respeita a Constituição/Mas todos acreditam no futuro da nação/…E no Nordeste tudo em paz/Na morte eu descanso/Mas o sangue anda solto/Manchando os papéis/Terceiro mundo se for Piada no exterior/Mas o Brasil vai ficar rico/Vamos faturar um milhão/Quando vendermos todas as almas/Dos nossos índios num leilão´.
Apesar do grito de alerta de Russo, permanecemos inertes a mudanças, melhoras, inovações e a tudo de novo que acontece mundo afora. Nossa história registra movimentos variados e inúmeros chamados para a seriedade do país, sem êxito! Ficamos passivos! Não demos nem damos importância para como nosso país, como um todo, foi sempre explorado por administradores corruptos. Com isto, fizeram a festa! Cunhamos até uma frase célebre: ´rouba mais faz´ numa alusão ao político diferenciado que, apesar de roubar, como qualquer outro, faz ações concretas em prol de sua comunidade. Ancoramos sempre na ideia de estarmos num país rico em que tudo pode e tudo é possível, inclusive não reformar uma Previdência Social, cujos déficits impossibilitam os governos de executarem benefícios em prol da grande maioria de brasileiros.
Faço coro ao Jornalista Alexandre Garcia, um arauto da ética e da boa política, quando diz em uma de suas crônicas já bastante veiculada nas mídias sociais: ´Este país tem uma gente muito estranha´. De lá do infinito, ou onde quer que esteja, Renato Russo obteve a resposta para sua pergunta: Um País Estranho, com um povo estranho! Garcia vai além e justifica: ´Primeiro, apoiam um governo corrupto que destrói estatais – e se declaram estatistas – e isso causa 14 milhões de desempregos. Depois vão para as ruas se manifestar contra as medidas corretivas do mal que causaram. Não querem terceirização, que garante direitos do pessoal terceirizado e não querem a atualização das leis trabalhistas, em lugar da antiquada CLT, que desestimula o emprego. Não querem tampouco uma reforma da Previdência, fonte de gigantescos déficits que desequilibram as contas públicas e geram inflação e juros altos. Preferem deixar como está, até que todas aposentadorias se estiolem, pela mesma incapacidade de pagar que hoje afeta estados como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul´.
Bravo, Garcia! É claro que neste estranho país chamado Brasil, uma camada poderosa e influente usam e abusam das instituições sempre em benefício próprio. Sugam a Previdência Social com todas as forças e provocam seus déficits crescentes. São, contudo, a minoria. Para esta minoria apaniguada a lei Cristã principal de ´Amar o próximo como a si mesmo´ passa longe da lógica vigente. Administradores públicos, insaciáveis financeiramente, já abocanham mais de 3% do PIB do país, coisa como 200 bilhões/ano em corrupção. Resultado disto é que, com o Estado quebrado, não temos Educação de qualidade, Segurança e Saúde, pontos principais que competem ao Estado.
Porém, o pior: a grande maioria, 90% da nação brasileira, mal informada e sem razão, vai na onda desta camada poderosa que manipula tudo, inclusive as informações principais, direito básico do cidadão. Como resultado, vai para as ruas protestar, sem apresentar nenhuma proposta, sem saber porquê, contra as necessárias reformas trabalhista, previdenciária e, da mesma forma, daqui a pouco, as reformas tributárias. É de arrepiar! É desanimador! É entristecedor! É sem entendimentos o ´País Estranho´. Ah, sim, atitudes de povos terceiro-mundistas. Lógico!
Não será demais sonhar, contudo, que esta grande maioria da nação brasileira abra os olhos! Saibam que governos não dão empregos. Pelo contrário: matam empregos. Quem dão empregos são empreendedores e empresários que diante das insustentáveis e instáveis legislações brasileiras, fora das realidades mundiais, ficam reticentes e na espreita. Pelo sim, pelo não, vão expandindo as fronteiras industriais nos países vizinhos Paraguai, Colômbia, Peru e até a pobre Bolívia.
E você protestando, aqui na terra de Cabral, até que tudo se acabe e vamos para a lona total. Pois bem, se é isto que você quer, só me resta dizer forte e em bom tom: Assim seja! Amém!…
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