Ainda não eram sete da manhã quando o senador Marconi Perillo cumprimentava seus seguidores no twitter. Mais tarde, noite adentro, de madrugada, ele continuava informando sua agenda, postando fotos, comentando as notícias do dia.
Marconi parece ser como Rubens Otoni, também madrugador, aparentemente incansável. O deputado percorre o Estado, de carro, inclusive aos finais de semana, fundando diretórios de seu partido, visitando lideranças. Até onde sei, não se tem notícia da última vez que saiu de férias, para descansar com a família.
Para alguns líderes, o exercício da política parece servir de alimento. Avessos ao ócio, eles se doam intensamente às suas funções, assumindo-as como bandeira de vida. Políticos assim contribuem para a mudança do senso comum, de que a classe é formada basicamente por gente que trabalha pouco e ganha muito, além do que deveria, às custas do povo.
Ideologia à parte, parece impossível não concordar que no quesito “disposição”, o tucano Marconi Perillo sai na frente na corrida pela cadeira de governador. Após um governo indolente, os goianos procuram alternativas para os próximos anos que contemplem um representante dinâmico, disposto, moderno. O Marconi do twitter se apresenta assim. E tais qualidades tendem a ficar mais nítidas após o início da propaganda eleitoral, em que as comparações serão inevitáveis e onde fica difícil esconder a fadiga. A mídia eletrônica e as estratégias mercadológicas realçam as qualidades dos candidatos, atenuam os defeitos, mas não conseguem esconder, definitivamente, os adjetivos de cada um.
Penso que num futuro próximo, levando-se em conta que a sociedade dispõe de uma imprensa cada vez mais presente e atuante, de órgãos fiscalizadores e regulamentadores a cada dia mais eficazes, apenas líderes com tal perfil terão espaço entre os escolhidos das urnas. Aqueles que madrugam, que chegam primeiro, como diz o ditado, têm maior chance de beber água limpa.
