Antes a briga era com Itumbiara. Volta e meia, os anapolinos ficavam na bronca para saberem qual era a maior e a mais importante cidade do interior goiano. Agora, que Anápolis está muito, mas muito mesmo, à frente de Itumbiara, a briga voltou-se para Aparecida de Goiânia. A recente estatística publicada pelo IBGE acendeu, de vez, a nova disputa e, consequentemente, a ira de parte dos moradores de Anápolis. Muitos anapolinos não se conformam com a idéia de que o município da “grande Goiânia” esteja com mais de 520 mil habitantes, enquanto Anápolis fica em pouco mais de 320 mil. Eles não concordam e asseguram que os números mentem.
Mas, os números estariam, mesmo, mentindo? Ou estamos, de fato, diante de uma realidade indiscutível? E, olhe que são quase 200 mil habitantes de diferença. A pergunta que fica, todavia, é: Aparecida é maior, mas seria melhor do que Anápolis? Maior em quê, e melhor em quê?
Certamente que seria maior em população, consequentemente teria maior participação no bolo de repasse dos tributos distribuídos pelos governos Federal e Estadual, justamente pelo maior número de moradores cadastrados. Mas, fica longe, bem longe, da geração de tributos, da qualidade de vida, do status de cidade desenvolvida. Aparecida tem mais gente que Anápolis. Acontece que é bom saber, também, como vivem os aparecidenses, quais as condições de infraestrutura, de sanidade ambiental, de oferta de empregos, de alternativas educacionais e culturais.
Diz o velho e surrado adágio que “tamanho não é documento”. Nesse caso ele é mais do que correto. De que adianta um município ser grande em população e, também, grande em problemas, em dificuldades em questões mal resolvidas. Melhor não ser grande e ter boa qualidade de vida. Não se trata, aqui, certamente, de nenhum conformismo. Anápolis sempre teve e, sempre terá, condições de crescer e de desenvolver. Temos água de primeira qualidade, energia elétrica em abundância, boas estradas, excelente oferta de imóveis comerciais e residenciais, uma considerável política de saúde, boas escolas, muitas faculdades e demais alternativas que fazem a diferença.
Aparecida de Goiânia é uma cidade, também, em crescimento. Trata-se de um município considerado jovem e que está dando os primeiros passos rumo à consolidação. Todavia, compará-la com Anápolis, tão somente pelo volume de gente que ali reside, não seria acertado. Aparecida de Goiânia padece da síndrome de pertencer às chamadas regiões metropolitanas, ao lado de uma grande capital (Goiânia) e serve, muito mais, de cidade-dormitório, como as que existem nos entornos de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Brasília e outras grandes capitais. São regiões onde os problemas, principalmente a violência, o desemprego e a falta de assistência social, surgem e crescem muito mais do que as soluções; onde as populações, nem sempre, vivem em paz e harmonia. Anápolis, ao contrário de tudo isso, está indo muito bem, obrigado.
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