Definitivamente, ou os governos encontram uma solução para os engarrafamentos de trânsito, ou o povo vai se enlouquecer nas ruas das cidades desse Brasil. Falamos da nossa realidade, esquecendo-nos do que acontece na Europa, na América do Norte ou na Oceania. Lá, do que se sabe, o trânsito, também, é uma panacéia. Das grandes. Acontece que não moramos lá, moramos no Brasil. E temos de discutir, a princípio, as coisas brasileiras.
Transferindo a questão para Anápolis, não existe muita diferença de São Paulo, ou do Rio, ou de Belo Horizonte, ou de Goiânia. Aqui, também, guardadas as proporções, estamos nos estressando no trânsito que caminha para ficar louco. E vai ficar, caso não tomemos as providências cabíveis. O prefeito que agora está no cargo, priorizou, pelo menos na campanha eleitoral, um plano diretor para o trânsito de Anápolis. E, tem dito, aos quatro ventos, que vai cumprir a promessa. Tomara que cumpra.
De resto, precisamos, urgentemente, rever nossos valores, repensar nossa cultura, reciclar nossos conceitos. Andar de carro é chique, mas já está se tornando uma neurose coletiva. Não andamos mais cinco metros, sem parar, no centro da cidade. Não temos espaço para estacionar, não temos um trânsito racional em Anápolis. E, a tendência é de que as coisas piorem. Infelizmente. A não ser que, algumas inovações, não tão novas assim, sejam introduzidas.
Andar de ônibus, por exemplo. Não venham dizer que ônibus é condução de pobre, de operário. Já foi. Hoje não é mais só deles. O ônibus é um transporte democrático, prático, barato e acessível. De ônibus, não há a necessidade de pagar garagem, de pagar flanelinha, de pagar estacionamento da área azul. De ônibus, não corremos o risco de termos o carro roubado, etc. etc.
Aí, vão argumentar: mas o ônibus só anda atrasado, só anda cheio. Em Anápolis, pelo menos até agora, isso não é verdade. Basta que o usuário ajuste seu tempo com o tempo do ônibus. Sabendo a que horas o ônibus vai passar, ninguém precisa esperar. Sabendo a que horas ele sai do terminal, ninguém vai precisar se adiantar, ou chegar atrasado. Assim sendo, um ônibus com 50, 60 passageiros, significa 20, 30 carros a menos nas ruas. É só fazer as contas.
Nas grandes cidades, dentre elas São Paulo, chegaram a esta conclusão: ou o povo aprende a andar de ônibus, de trem, de metrô ou de qualquer outro sistema coletivo, ou em cinco anos, ninguém mais vai poder trafegar pelas ruas centrais das cidades de portes médio e grande no Brasil. Quem duvidar, que espere para ver. Aconselha-se a não esperar, pois será muito difícil.
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