Dentre os grandes problemas dos dias de hoje, o transito desafia. As cidades não comportam o volume de veículos que circulam. A maioria delas, como Anápolis não foi planejada para o futuro. Políticos, pessoas cultas, comerciantes e fazendeiros, foram criando as cidades sem visão do futuro. Ninguém em l920 ou l940 pensava que Anápolis pudesse se transformar tão rapidamente. Mesmo com a construção de Brasília, governantes da época não imaginavam uma Anápolis tão grande, com fábricas de automóveis e indústrias de todo tipo, com um comércio tão pujante. A maioria dos governantes tinha uma visão míope do futuro. Poucos podiam antever esse desenvolvimento que começou com a Marcha Para o Oeste, implementada antes da construção de Brasília. Nem Dr. Pedro Ludovico, quando construiu Goiânia, tinha visão do que seria hoje. E Goiânia foi uma cidade planejada.
O poder aquisitivo dos brasileiros melhorou, as facilidades de crédito aumentaram, compra-se um carro para pagar em 80 meses. A cidade de Anápolis cresceu em progressão geométrica, enquanto as soluções ficaram em progressão aritmética. A cidade não foi planejada para receber esse volume de veículos. O centro da cidade é o mesmo de l957, do que me lembro. Aquele quadrilátero entre as ruas Barão de Cotegipe, Estação da Estrada de Ferro, da Manoel da Abadia e a l4 de julho já existia e era o centro nervoso da cidade com suas máquinas de beneficiar grãos, com seus armazéns atacadistas, com revendas de veículos, postos de combustíveis, grandes lojas de tecidos, de móveis e utilidades, emissoras de rádio, bancos, cinemas, bares e, até, prostíbulos e cadeia È difícil trafegar no centro de Anápolis, principalmente nos horários de rush e aos sábados. O número de veículos novos emplacados todos os dias em Anápolis soma 75 entre caminhões, carros, utilitários e motos, totalizando uma média de l.500 veículos mês (Informação da Ciretran)
Conheci uma cidade na Espanha, Sevilha, com mais de l milhão de habitantes e achei interessante. O trânsito lá no centro não tem engarrafamentos nem tumulto. O centro é um lugar agradável para se fazer compras e conhecer a cidade. Há um controle de entrada de veículos. Só entram carros oficiais, turistas, táxis, ônibus e carros credenciados que dão manutenção, entregadores em veículos pequenos etc. Comerciantes, Prestadores de serviços autônomos, funcionários só entram na cidade de ônibus ou de taxi.
Nos Estados Unidos também é interessante. Quem mora nos subúrbios, até 40, 50 ou 100 quilômetros da metrópole como Nova York, deixa seus veículos nos pátios das estações de trem, ao relento, sem cobertura, sem vigias e vão de trem para Manhatan e só voltam à noite. Somente vans de pessoal que faz manutenção, ou, reformas, entram em seus veículos. Se todo mundo se dirigisse de carro para o centro não haveria jeito de trafegar. Mesmo assim, o trânsito lá é tumultuado pelo número de táxis e ônibus.
O que teria de se fazer nas cidades brasileiras, como Anápolis, é priorizar o transporte de massas, ter mais opções como vias exclusivas e proibir a entrada de carros da própria cidade no centro, a não ser aqueles credenciados, de serviços, de entregas, ambulâncias, táxis, semelhante ao que se faz em Sevilha, Espanha.
Acho que temos de voltar ao passado e reaprender a arte de andar à pé…
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