As últimas notícias que foram manchetes nos jornais impressos, sites e emissoras de TV sobre os jogos mortais, a exemplo do “Baleia Azul”, se tornam um ótimo gancho (termo usado na linguagem jornalística) para que pais e educadores possam abrir os olhos para a necessidade urgente de conversar com os filhos sobre internet. Os nativos digitais, como são chamadas as crianças e adolescente que nasceram com a tecnologia, são profundos conhecedores das técnicas. Mas a grande questão é: a manipulação das mesmas está sendo de forma crítica ou passiva, assim como aconteceu com o advento da televisão?
Sempre quando falo sobre alienação e meios de comunicação de massa com meus alunos da universidade me vem à mente a famosa música dos Titãs, em uma belíssima interpretação de Rita Lee: ´A televisão me deixou burro, muito burro demais / Agora todas coisas que eu penso me parecem iguais / O sorvete me deixou gripado pelo resto da vida / E agora toda noite quando deito é boa noite, querida´. Será que a mesma alienação está sendo transferida para as mídias sociais, sites, blogs, comunidades da internet?
Uma coisa é obvia, a “babá eletrônica” (a televisão), foi substituída pelos smartphones e tablets. Basta entrar em um restaurante e olhar para os lados, está lá: a família tecnológica conectada, cada uma no seu universo de amigos e relacionamentos virtuais. E quando acontecem suicídios por causa de jogos, a opinião pública parece acordar de um sono profundo em busca de soluções para um problema antigo, que aparece agora com uma nova roupagem.
A participação de pais e educadores é fundamental na vida dos nativos digitais. A melhor prevenção sempre foi e sempre será a informação! O Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil, juntamente com o Comitê Gestor da Internet no Brasil lançaram uma campanha voltada para o uso seguro da internet, em que logo no início da cartilha a explicação de que ao navegar pela rede, as crianças podem se deparar com conteúdos impróprios, falsos, incompletos ou ofensivos, boatos, correntes, pornografia e violência.
Quer mais? Os equipamentos utilizados por seus filhos podem ser infectados por códigos maliciosos o que pode levar a perda de dados e ao acesso não autorizado aos dados pessoais. Somado a isto, fotos e vídeos íntimos podem viralizar e expor de forma negativa o que deveria ser uma privacidade de família, além de que os filhos podem ser alvos de cyberbullying ou acusados de tal prática. Sem falar que o uso excessivo da internet pode colocar em risco a saúde física e psicológica das crianças, e mais, pode afetar a vida social.
Neste sentido, o diálogo entre pais, educadores e crianças/adolescentes é fundamental. Mas antes de mais nada é preciso pensar que o exemplo é melhor do que o conselho. Como você se comporta na internet? O segundo passo, é estimular o debate, a reflexão e o diálogo, ressaltar as potencialidades da internet e orientar os filhos a aproveitá-las de forma ética, comprometida e responsável. A mesma orientação de ´não converse com estranhos´, serve para o mundo virtual e por fim observe o comportamento dos seus filhos.
As crianças precisam entender a importância da privacidade, não cometer atos de violência, preconceito e ódio, além de denunciar caso estejam sendo vítimas. É preciso que os pais estabeleçam regras e limites, assim como na vida real. Mantenha-se sempre bem informado sobre a utilização da internet segura. São regras simples e básicas, mas que certamente vão fazer com que seus filhos estejam seguros na rede e possam usufruir das maravilhas desta tecnologia, ao invés de se tornarem reféns! Então, vamos deixar um pouco o celular de lado e começar um diálogo sobre a utilização da internet? Está lançado o desafio!
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