Uma pesquisa recente realizada pela Deloitte Consultoria, como parte da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2024, revelou que sete em cada dez bancos brasileiros (75%) implementaram a biometria facial como método de identificação de clientes.
Os resultados desta primeira fase do estudo foram baseados em respostas de 24 bancos, representando cerca de 81% das instituições atuantes no país, e entrevistas conduzidas com 27 executivos do setor.
A biometria facial desponta como uma das tecnologias mais adotadas pelas instituições financeiras, seguida de perto pelo uso de chatbots, presentes em 71% dos bancos. Além disso, outras tecnologias em ascensão incluem a Automação Robótica de Processos (RPA), com 67% de adoção, a Inteligência Artificial (IA) Generativa (54%) e a Inteligência Cognitiva (25%).
Os dados também revelam que mais da metade (54%) dos bancos já incorporaram a IA em suas operações, destacando seu papel na melhoria da experiência do cliente e no atendimento personalizado.
Contudo, o uso crescente da biometria facial tem despertado preocupações, especialmente em relação à privacidade e à proteção de dados dos consumidores. Em 2023, o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) emitiu três alertas sobre o uso da tecnologia em contextos como transporte público, planos de saúde e condomínios. O Idec questiona os limites frequentemente ultrapassados pelas empresas, em desacordo com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e outras legislações pertinentes aos direitos dos consumidores.
Um exemplo citado foi o uso indevido de dados biométricos dos passageiros do transporte público para fins publicitários por uma empresa prestadora de serviços, evidenciando a necessidade de uma regulamentação mais rigorosa e vigilância constante sobre o uso dessas tecnologias.