Enquanto as mais altas personalidades políticas do Brasil discutiam se era importante a distribuição de absorventes para mulheres de baixa renda (procedente, por sinal), outros assuntos de significativa importância ficaram para trás. Certamente que a mencionada distribuição é uma medida simpática a (quase) todos, pois, remete a questões de saúde pública e autoestima para milhões de mulheres espalhadas por este Brasil. Mas, convém salientar que nos ambientes em que vivem estas mulheres, outro fantasma, talvez mais assustador, é presença constante. Trata-se da fome.
“Fome é o nome que se dá à sensação fisiológica pelo qual o corpo percebe que necessita de alimento para manter suas atividades inerentes à vida. O termo comumente é usado mais amplamente para referir a casos de desnutrição ou privação de comida entre as populações, normalmente devido a pobreza, conflitos políticos ou instabilidade, ou condições agrícolas adversas. Em casos crônicos, pode levar a um mal desenvolvimento e funcionamento do organismo”. (Wikipédia).
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É um grande contrassenso afirmar-se que em um país que está entre os cinco maiores produtores de alimentos no mundo, a falta de o que se comer em milhões de domicílios, seja assunto presente na mídia. Dias atrás, o mundo ficou chocado ao ver fotos e vídeos de brasileiros revirando o lixo à cata de sobras de alimentos.
Mais tenso foi ver pessoas confessando que se valem de ossos colhidos em portas de açougues, para prepararem a comida de cada dia. Acontece que este tipo de quadro já não assusta mais, já não sensibiliza mais a sociedade. Mesmo com o empobrecimento gradativo da população, mesmo com o avanço do desemprego, mesmo com o crescente endividamento das famílias. O sinal é de que, um dia, vai faltar comida na mesa de muita gente.
Por enquanto, os governos se sustentam quando criam programas sociais que atenuam o sofrimento de quem não tem o que comer hoje, ou, não sabe o que terá para comer no dia seguinte. Mas, são fontes esgotáveis. Esse dinheiro vem dos cofres públicos e os cofres públicos são alimentados com recursos oriundos dos tributos. Se a economia não cresce, os tributos diminuem. Quando isto acontece, falta dinheiro nos cofres dos municípios, estados e da União. Caso falte dinheiro para os programas sociais, ninguém sabe o que acontecerá com uma população faminta.
Então, que os governos criem juízo e, além de ofertarem programas sociais, como doações de cestas básicas, que criem, paralelamente, mecanismo que façam a economia crescer, o desemprego diminuir e a tensão social se aclamar.
P.S. A inflação no Brasil acaba de alcançar dois dígitos, o que não ocorria há muitos anos.