O consumo de bebidas alcoólicas quase que dobrou em dois anos no Brasil, seguindo uma tendência mundial, devido à incidência da pandemia da covid-19. E, com as restrições ao funcionamento de bares, restaurantes, boates e os cancelamentos de shows e eventos culturais, ainda, mantidas em quase todo o País, o lar passou a ser o principal ambiente para o consumo etílico.
Nunca se bebeu tanto álcool neste País, em que pese o conhecimento geral de que a bebida alcoólica faz muito mais mal do que bem à saúde, ao desempenho laboral e às demais atividades sociais do cotidiano. Mas, questões éticas à parte, o aumento do consumo de bebida alcoólica tem observado dimensões preocupantes.
Um estudo recente mostrou que a incidência de gestantes que bebem regulamente, cresceu de forma descontrolada e passou a ser mais uma grande preocupação para a comunidade científica.
“Todos estes e outros fatores geraram um aumento nos níveis de estresse, ansiedade e depressão, com a consequente elevação da ingestão de álcool e drogas, os quais causam sensação de prazer imediato e tiram o foco de tantas fontes causadoras de sofrimento emocional”, frisa o médico e psicólogo Roberto Debski.
As verdadeiras lições olímpicas
Já existem estudos pediátricos que detectaram problemas graves de saúde de recém-nascidos, tendo como causa determinante a ingestão de bebidas pelas mães durante a gestação. E, são patologias de difícil tratamento, uma vez que, cientificamente comprovado, o álcool subtrai nutrientes fundamentais para o desenvolvimento do feto. A criança que nasce com estes problemas, tende a ser um adolescente, depois um jovem e, finalmente, um adulto com sérias carências biológicas.
Assim, sendo, mesmo com os abalos psicológicos e sentimentais atribuídos à pandemia da covid-19, não é conveniente buscar nas latinhas ou nas garrafas de bebidas com teor alcoólico, o consolo almejado.
Diferentemente disso, irá é agravar uma situação que, ainda, poderia ter sido contornada. Nem para aqueles que costumam dizer que têm controle no ato de beber. Isto porque, histórica e cientificamente falando, dificilmente irá se encontrar alguém que possa declarar que se deu bem na vida tendo envolvimento com bebida alcoólica. A não ser, claro, os donos das fábricas.