Por Vander Lúcio Barbosa
O anúncio da retomada do Aeroporto de Anápolis pelo Governo do Estado, após ser firmado um contrato de cessão para a Infraero, reacende a discussão sobre o milionário projeto. Isto porque, passados muitos anos, ainda não há uma definição sobre os destinos exatos da proposta, que já consumiu milhões e milhões de reais e, até hoje, não se obteve qualquer retorno, nem se sabe quando e, se, um dia, obter-se-á. Aliás, há quem diga que, oficialmente, não se tem conhecimento de aeroporto de cargas em Anápolis. Há uma pista, na verdade, mas, sem uma chancela técnico/operacional, ou, uma definição governamental sobre o assunto. E, saber que, somente a pista, não significa aeroporto, muito menos de cargas. Um projeto como o que foi pensado, mas, não idealizado, vai muito além. Do que se sabe, o que há de oficial é o Aeroporto JK, este sim, existente desde os anos 50.
Aliás, o Aeroporto JK já foi amplamente utilizado pela Aviação Comercial Civil Nacional, com voos diários, até. Aeronaves de várias companhias, inclusive com roteiros internacionais, se utilizavam do, então, Aeroporto de Anápolis. A história mostra isso. Mas, aeroporto de cargas, mesmo, é um sonho muito distante da realização. A não ser que, um dia, se faça uma parceria público/privada (PPP) para se ativar o projeto. Dinheiro, nem o Governo Estadual, nem o Governo Federal têm para isso agora. Não se trata de pessimismo, e, sim, de realismo. É claro que qualquer cidade, inclusive Anápolis, almejaria ter um projeto como este. Mas, para que ele se torne realidade, ainda resta muito caminho pela frente.
Até porque, aeroporto de cargas não é novidade nenhuma para o Brasil. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil, existem mais de 60 endereços para pousos e decolagens com aviões cargueiros de Norte a Sul e de Leste a Oeste do País. Só um deles, o de Viracopos, em Campinas/SP, é responsável por 37 por cento de todo o movimento de cargas aéreas do Brasil. Daí, a entender-se que aeroporto de carga não seria prioridade no momento. Nem em Anápolis, nem em qualquer outro lugar. E, mesmo que fosse, não haveria recurso financeiro para um projeto dessa magnitude. Não que eles não sejam importantes. Os aeroportos de carga são espaços fundamentais a fim de que o comércio exterior tenha uma infraestrutura logística adequada para funcionar.
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Mas, manter um terminal de cargas eficiente exige investimentos em tecnologia e modernização. Questões como rastreamento digital e segurança na logística aeroportuária são essenciais para se garantir o sucesso das operações nos maiores aeroportos de carga do Brasil, como ocorre nos aeroportos de Viracopos e Guarulhos, os mais importante da Nação. Além deles, funcionam os terminais de Manaus/AM, Brasília/DF e Galeão/RJ que mesclam cargas e passageiros.
Outra dificuldade para o projeto de Anápolis, é que a 130 quilômetros de distância está o Aeroporto Internacional de Brasília e, a 55 quilômetros, o Aeroporto Internacional “Santa Genoveva”, em Goiânia. Ambos já operacionalizam de forma mista (passageiros e cargas) com estrutura adequada para este tipo de serviço. Para concorrer com eles, Anápolis necessitaria de um aeroporto maior, melhor e mais moderno, o que custaria uma fábula. Pode ser entretanto, que surja uma ideia diferente e que possa viabilizar o sonhado Aeroporto Internacional de Cargas de Anápolis.
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