O Centro Oeste (e, muito particularmente, Goiás) está “bem na fita”, quando se trata de se produzirem alimentos. Por certo, as condições climáticas, o relevo, a fartura de água e a ausência de intempéries como vendavais; enchentes; geradas, estiagens prolongadas e outras reações da natureza que costumam prejudicar a produção alimentícia em geral, o Estado conta com uma boa malha rodoviária (pode ser melhorada) para o escoamento dos produtos, a capacidade de armazenamento (pode aumentar) e um mercado promissor que transcende os limites medianos, mas que, pode ir muito além. Mesmo assim, hoje, pessoas de todas as partes do mundo, sem exagero, consomem alimentos produzidos em Goiás. Vendemos, bastante, para o mercado nacional, mas vendemos muito, também, para o exterior.
De acordo com dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, os dez alimentos mais consumidos no mundo são, respectivamente: leite; trigo; arroz; batata; cerveja; açúcar; tomate, milho, carne de porco e mandioca. Tudo a ver, então, com o agronegócio goiano. O leite é disparado, o alimento mais consumido, seja por humanos durante toda a vida (na infância, na adolescência, na fase adulta e na velhice) e, por mamíferos em geral. Felizmente, Goiás tem uma das quatro maiores bacias leiteiras do Brasil, o que garante um bom mercado consumidor e, através disso, muitas divisas para o Estado. E, nossa suinocultura vai muito bem, obrigado.
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Da mesma forma, o trigo, alimento que foi descoberto há dez mil anos, originário da Mesopotâmia (hoje território da Síria, Jordânia Turquia e Iraque), antes uma espécie de exclusividade do Sul do País, desmistificada há algumas décadas pelos experimentos do trigo no Cerrado. Isto, graças ao trabalho do engenheiro agrônomo anapolino Luiz Caiado de Godoy que implantou, no Município, o Campo Experimental, depois Estação Experimental da EMGOPA, agora, EMBRAPA. Goiás tem trigo, sim senhor. E, de boa qualidade. A região de Cristalina é pródiga nessa cultura. Estudos apontam, ainda, que os primeiros experimentos que resultaram na descoberta da cerveja, seriam daquela região. Goiás tem duas das maiores fábricas de cerveja do País, uma delas, por sinal, em Anápolis. A outra, bem próximo, em Alexânia.
Goiás é um grande produtor de cana de açúcar, com os dois produtos mais conhecidos dessa planta: açúcar e álcool (agora, etanol). O açúcar teria como origem a Índia, onde foi inventado há 2,8 mil anos, mas que encontrou no Centro Oeste Brasileiro, um terreno fértil e promissor para se desenvolver. E, entre os dez alimentos mais consumidos no mundo, estão, a batata e o tomate (encontrados com fartura no Estado) procedentes da América do Sul, assim como o milho, que veio do México depois de mutações genéticas do produto conhecido por teosinto (Goiás é um dos principais produtores do Brasil) e, finalmente, o único produto desta relação genuinamente brasileiro, a mandioca, originária da Amazônia que, também, é produzida em alta escala no território goiano.
A crise causada pela pandemia da covid-19, a guerra entre Rússia e Ucrânia, o desabastecimento na maioria dos países que têm baixa produtividade de comida e outros incidentes do atual contexto, sinalizam bons ventos para o Brasil e, muito particularmente, para Goiás. Os produtores goianos podem aumentar as áreas de plantio e o volume dos rebanhos que comprador não vai faltar.