Fundada no primeiro dia de 1948, a Rubra chega em mais um ano de história, na busca por retomar seus tempos áureos
O dia 1º de janeiro marca a chegada de um ano novo, repleto de desafios e surpresas. Em Anápolis, a data também está relacionada com outro segmento: o do futebol. É o dia de fundação da Associação Atlética Anapolina, que, com a chegada de 2022, alcançou seus 74 anos de história, repleta de raça, alegrias, tristezas e, acima de tudo, o amor de sua torcida.
Intitulada a ‘Maior do Interior’, a torcida da Xata faz jus a sua alcunha, lotando o Jonas Duarte em situações de felicidade máxima, como também em marasmos profundos. Os rivais da cidade podem até deter títulos os quais a Anapolina não tem, embora tenha conquistado o Goiano de 1981 dentro de campo, mas a massa que a Rubra move e comove, acaba por deixar isso de lado.
De pai para filho
Os anos 80 foram sinônimo de glória para o clube. Mesmo não culminando com títulos, a equipe alcançou voos altos com um futebol vistoso, chegando ao vice-campeonato da Taça de Prata, que seria a Série B da época, e ao quase-título estadual. Embora muitos torcedores não tenham visto tais tempos áureos, a paixão foi passada de geração para geração, alimentando o fascínio e a esperança da parte jovem da torcida, que vibra e grita com o time.
“Desde pequeno meu pai já tinha o costume de me levar ao estádio, ali começou a simpatia pela Xata. Com certeza minha geração não chegou a acompanhar uma Rubra tão vitoriosa quanto gostaríamos, mas com certeza ela já nos deu muitas alegrias. Uma delas, imagino que todos se lembrem, foi a goleada de 4×0 diante do Grêmio na Série B de 2005. Esse momento, com certeza, foi o que me consolidou torcedor da Anapolina”, cita Caio Lopes, um dos muitos fanáticos pelo clube.
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Tal goleada é lembrada por vários torcedores da Rubra, ainda mais que o Grêmio viria a ser campeão, posteriormente, daquela Série B. Presidente do clube na época, o vereador Leandro Ribeiro também destacou a lembrança, deixando-a atrás somente do título da Divisão de Acesso em 2013, diante do Trindade. A conquista, é uma das únicas estaduais da Anapolina, junto da extinta Copa Goiás de 1995. Atual presidente da Câmara de Anápolis, lembra que teve seu primeiro contato com a Rubra bem novo, aos três anos, acompanhado do pai e, com o tempo, acabou se apaixonando pelo time.
Se para alguns, goleadas históricas são importantes e sempre lembradas, para outros, apenas um gol importa. É o caso de Jackson Daniel da Silva, mais conhecido por Jacó. Um dos maiores ídolos recentes da história da Anapolina, o defensor relembrou o momento que lhe traz as melhores recordações vestindo a camisa da Xata. Em 2008, diante do Crac, o jogador anotou seu primeiro tento pelo clube, o que, por si só, já é motivo de muita festa. Mas a melhor parte estava na arquibancada, com seu pai assistindo ao vivo e em cores.
Torcida, o diferencial da Rubra
Acumulando novas passagens pelo time desde aquela época, Jacó também trata a massa vermelha com a devida importância, colocando-a como o maior diferencial do time para os demais: “A torcida que é apaixonada pelo clube, era muito contagiante jogar no Jonas Duarte lotado, sempre fui muito bem tratado pela maioria dos torcedores, acho que porque era da cidade e tentava sempre corresponder à altura. Sou muito feliz por ter realizado tantos jogos pela Rubra e estou sempre torcendo para que ela volte a elite do futebol”, afirma.

Caio Lopes é outro que conhece o poder das arquibancadas, embora mais precisamente do meio dela. Apesar de novo, com 23 anos, reconhece o espírito que move a torcida colorada, bem como o espírito da Anapolina: “Torcer para a Rubra é puramente paixão, é apoiar mesmo sabendo da crise, da carência de destaques, e sonhar sempre alto mesmo sabendo o tamanho das dificuldades, afinal é a famosa Xata”, cita, lembrando da clássica alcunha do time, adquirida ainda nos primórdios, pois incomodava equipes maiores e melhores, mesmo com elencos mais modestos.
2022 e novas eleições
Infelizmente, a Rubra retorna à campo no ano em que completa 74 anos somente a partir do segundo semestre. Disputando a Divisão de Acesso, o clube terá nova oportunidade de assegurar vaga na elite, depois de ficar no quase na edição passada. O momento, com certeza, está longe de ser o melhor e muitos reconhecessem isso.
Com eleições marcadas para acontecerem neste ano, Leandro Ribeiro adiantou que pode encabeçar chapa para retornar à presidência do clube, na busca por recolocar a Anapolina em seu devido lugar. A sanção da Sociedade Anônima do Futebol, que possibilita aos clubes migrarem pra o molde de clube-empresa, agrada o vereador na busca por investidores para o futuro.
“A Anapolina tem muito para evoluir. Hoje ela está no fundo do poço. Inclusive estamos voltando para a Rubra, para resgatar a moral e a integridade física do CT, que está acabando. Estamos observando que os clubes tem sido mais profissionalizados em matéria de clube empresa, pela lei da SAF, quem sabe a Anapolina aparece aí com alguns investidores e, a partir daí, conseguirmos fazer que ela seja profissionalizada de tal forma”, finaliza.