O governador que o negócio realizado teve um modelo de gestão muito mais eficiente, considerando o “tamanho” das companhias
Durante a solenidade de implantação do Programa Mais Emprego, realizado na última terça-feira (19/10), na administração do Distrito Agro Industrial de Anápolis- DAIA, o governador Ronaldo Caiado aproveitou parte do seu discurso para fazer um comparativo sobre a venda de unidades da Celg.
A Companhia de Energia Elétrica de Goiás tinha, por assim dizer, a grosso modo, dois “braços: a Celg D, voltada para a distribuição; e a Celg T, voltada para a parte transmissão. A Celg T é resultado da cisão de ativos da Celg Geração e Transmissão (Celg-GT).
A Celg D teve o seu processo de desestatização desencadeado no governo anterior, através de leilão na BM&FB Bovespa, em São Paulo, no dia 30 de novembro de 2016. Na época, a empresa foi arrematada no leilão com uma oferta no valor de R$ 2,187 bilhões. A aquisição foi feita pela multinacional italiana Enel. O ágio na operação foi de 28,03%. Ou seja, o valor pago foi quase três vezes superior ao lance ofertado.
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Agora, recentemente, no dia 14 último, a Celg T foi a leilão na Brasil, Bolsa e Balcão (B3), também em São Paulo, sendo arrematada por R$ 1,977 bilhão, com ágio de 80,10% acima do lance inicial ofertado no certame. A vencedora foi a empresa Pequena Central Hidrelétrica, controladora da EDP, de origem portuguesa.
Apesar de os valores não serem muito distantes e o fato de as aquisições terem sido feitas por duas multinacionais da Europa, a diferença fica por aí.
Foi o que o governador Ronaldo Caiado quis demonstrar na sua comparação. Segundo ele, a Celg D foi vendida por um valor maior, porém, ficou uma dívida de R$ 7 bilhões, “para ser paga por todos os goianos”.
Ainda no comparativo, Caiado destacou que a Distribuição tinha uma receita na casa de R$ 10 bilhões, enquanto a Celg T tinha receita de cerca de R$ 280 milhões. Ou seja, a Celg D tinha uma receita 35 vezes superior à da unidade de transmissão.
Durante o evento, Caiado informou que os recursos arrecadados com a venda da Celg T serão utilizados para o equilíbrio fiscal do sistema previdenciário do Estado.
O governador deve encaminhar para a Assembleia Legislativa, um projeto que retira a cobrança de 14,25%, referente à contribuição previdenciária de todos os aposentados do serviço público do Estado que tenham rendimentos de até R$ 3 mil.