Daniel Holanda, de 19 anos, é membro do movimento “Fridays for Future” e levará pautas em prol da preservação do meio ambiente
Neste domingo, dia 31, tem início um dos principais eventos com foco na pauta ambiental do planeta. A COP26 (26º Conferência das Nações Unidas para a Mudança do Clima) ganha espaço em Glascow, capital da Escócia, e vai até o próximo dia 12. Diversas lideranças do mundo estarão presentes, com alguns governadores do Brasil também confirmando a presença. Até mesmo uma mente anapolina estará entre os envolvidos, junto da delegação brasileira composta por jovens ativistas.
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Com 19 anos, Daniel Holanda é estudante de Direito e Relações Internacionais. Nas palavras de sua mãe, Renata, o garoto sempre foi “muito diferenciado” e com um coração imenso. Incentivado desde cedo dentro de casa, com seus pais já lutando por causas ativistas distintas, Daniel foi crescendo e se engajando cada vez mais nos problemas vistos na sociedade, principalmente na parte social.
Encontro com “pirralha”
Sem um ocorrido de 2019, provavelmente Daniel não estaria envolvido com a COP26. Na época, o jovem foi selecionado para participar da Assembleia Geral de Jovens, organizado pela ONU (Organização das Nações Unidas), e, durante o evento, conheceu uma personagem que começava a ficar deveras conhecida no Brasil: Greta Thunberg, uma das principais ativistas ambientais do mundo e que já enfrentou rusgas do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
A partir do encontro, as pautas ambientais começaram a ganhar mais importância de Daniel, junto com as sociais, as quais defende veementemente. O movimento jovem mundial “Fridays for Future” (em tradução: Sextas para o Futuro), criado pela própria Greta, também foi introduzido ao anapolino, que passou a integrar reuniões. A pandemia brecou as manifestações do grupo, que já havia mostrado sua força em setembro de 2019, mobilizando mais de sete milhões de jovens do planeta em um protesto.
As “pedaladas” climáticas
Pulando para o início de 2021, Daniel fez parte de um dos maiores “gritos” da juventude nacional em prol do meio ambiente. Junto de outros cinco jovens ativistas, foi feito um processo contra o governo por “pedalada climática” devido as manobras realizadas por Ricardo Salles, ministro da pasta na época, para burlar, de certa forma, a redução da emissão de carbono na atmosfera.
“Também foi a primeira ação que foi aceita, que não conseguiram desviar dela. Até hoje está em andamento esta ação. Que foi justamente a questão das NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas, em tradução), que foi um dos requisitos do Acordo de Paris”, complementa Daniel Holanda.
COP26
A missão de participar da Conferência não foi das mais fáceis para Daniel, tampouco para outros ativistas brasileiros. Com um certo boicote por parte do Itamaraty para a emissão de credenciais e gerar mais vagas, os jovens da “Fridays for Future Brasil” conseguiram assegurar seu espaço na COP26. Um financiamento para as passagens e hospedagens também foi alcançado pelo grupo. O anapolino adiantou sobre as pautas que serão pregadas pelo movimento na Escócia.
“Estamos levando quatro frentes para a COP: combustíveis fósseis, alertando principalmente sobre os leilões da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Justiças sociais e ambientais e a correlação entre as duas, já que não dá para falar de veganismo para uma comunidade periférica que não tem nem o que comer, certo? E a Educação climática e a mitigação das mudanças climáticas. Traremos também outras pautas, como secundárias”, explana Daniel.
Fora dos pontos citados, Daniel também ressaltou a participação jovem nos temas ambientais. Pontuou que, de alguns poucos anos para cá, o tema do meio ambiente e a preocupação com o mesmo passou a figurar, de maneira frequente, em nosso cotidiano, seja em conversas, pensamentos ou até pelas redes sociais. O envolvimento dos mais novos é crucial, na visão do ativista anapolino, já que serão eles que viverão no país daqui algumas décadas.
“A juventude está se mobilizando bastante. Pois estão falando do nosso futuro, negociando o nosso futuro, sem falarem conosco. Muitas vezes os líderes globais, têm 40 ou 50 anos e daqui algumas décadas eles não estarão nem por aqui para ver as consequências de suas decisões. Mas ao contrário deles, nós estaremos aqui. Então acabaremos sofrendo as consequências que foram impostas para nós”, frisou.