Formada por uma infinidade de imigrantes, a Cidade tem uma cultura rica e extremamente diversificada
Pode parecer natural comer lasanha, quibe, ou mesmo um yakisoba. Mas, isso, nem sempre, foi um costume local. E, não só a culinária, mas o comportamento dos cidadãos anapolinos foi influenciado por inúmeras nacionalidades, dando origem a um riquíssimo caldo cultural apreciado, tanto pelos moradores, quanto por quem visita a Cidade e decide ficar por aqui. Existe, até, um dizer popular de que, “quem bebe dessa água, não vai embora nunca mais”.
A origem disso tudo é simples. O município nasceu em um lugar que era estrategicamente usado para pouso, por viajantes que cortavam o País, comercializando especiarias, na época do Brasil Império. Isso, pouco depois que os bandeirantes chegaram a Goiás e cortaram o Rio Araguaia, rumo à região Norte, criando pequenas bases ao longo do caminho que, mais tarde, serviram de apoio para a fixação dos primeiros comerciantes, dando suporte ao objetivo de expandir, conquistar, lucrar e desenvolver.
Apesar das notícias na época viajarem em lombo de burros e a bordo de navios, soube-se lá na Europa, da existência desse lugar aqui no meio do Brasil. O velho continente, em crise financeira e guerras, estimulava a emigração em massa para todos os cantos do globo. Saltando para o final do século 19, quando Anápolis já tinha certo porte, começam a se fixar por aqui, colônias de imigrantes de várias partes do mundo, já devidamente informadas sobre o progresso local.
Os Árabes
Uma das influências mais marcantes, até hoje, na cultura anapolina é, com certeza, a dos povos do Oriente Médio. Principalmente os Sírios e Libaneses. Eram, comumente, chamados de turcos. Mas, não cometa essa gafe frente a frente com um deles. Trata-se de um insulto. A Turquia nada tem a ver com essa gente que, apenas, esteve sob o domínio turco em certa época, gerando a confusão. Mas, fora isso, são pessoas de uma bondade imensa, um sorriso largo, extremamente carismáticas e de um talento excepcional para os negócios.
O primeiro árabe de que se tem notícia em Anápolis foi Charrud Spir, que abriu uma mercearia em 1903. Mas, a grande leva árabe a desembarcar por aqui chegou na década de 1940, com a prosperidade trazida pela Estrada de Ferro. Astutos, adquiriram imóveis junto ao fim dos trilhos, perto da Rua 14 de julho, onde construíram armazéns, com a finalidade de estocar a carga trazida pelos vagões e revender por toda a região. Fizeram fortuna e, até hoje, são ativos no ramo da distribuição e revenda, expandindo seus horizontes pela política e pela indústria.
Entre as contribuições mais lembradas está a culinária, muito exótica para a época, mas que encantou o paladar de quem experimentou. Hoje já disseminada, pode ser encontrada na cozinha de qualquer residência anapolina. Acredita-se que o talento desse povo se deve ao sofrimento que tiveram com a escassez de recursos naturais e com as guerras, que perduram até hoje no oriente. “Meus pais diziam que, quando encontraram uma terra com uma natureza tão rica, um povo tão hospitaleiro e ainda por cima extremamente pacífico, não teve como não se apaixonar por Anápolis”, revela Huda Homsi, chefe de cozinha famosa no Município.
Os Japoneses
Encontrar um japonês pelas ruas de Anápolis é tão fácil quanto topar com um árabe. Trata-se da segunda maior colônia internacional presente na Cidade. Pessoas conhecidas pela educação, pela humildade, pelo respeito, pela paciência e pela sabedoria. Chegaram ao Brasil em 1908 a bordo do navio Kamura Sato, fugindo da fome no Japão, pobre em recursos naturais e extensão territorial. Logo, foram recrutados para trabalharem na lavoura em São Paulo. Os que conseguiram juntar dinheiro, vieram para Goiás em 1929, adquirindo terras para trabalharem com agricultura.Encantados pelo clima de Anápolis, muitos não tiveram dúvida em se estabelecerem por aqui, onde já cultivam a 4ª geração de descendentes.
Expetacular esse resumo histórico de Anápolis. Essa cidade é tudo isso e mais ainda, e tem o poder de seduzir as pessoas que por aqui passam. Hoje é uma das cidades mais prósperas de Goiás e do Brasil. Viva Anápolis e parabéns pelos seus 117 anos. Francisco Barbosa de Alencar. Contador e Advogado e cheguei aqui em 26 de Dezembro de 1960.