A confirmação de um caso de pessoa infectada com o vírus Influenza A (H1N1) ou “gripe suína” em Anápolis reacendeu a discussão em torno da moléstia que está causando preocupações na comunidade médica internacional. O caso anapolino foi de um jovem que teria contraído a doença do padrasto, vindo da Espanha e que já retornou àquele país. O rapaz foi atendido pela Secretaria Municipal de Saúde, encaminhado a Goiânia e já retornou para casa, onde permanece em repouso e em observação. Segundo avaliações recentes, seu quadro é bom.
Além desse caso, até o dia 30 de junho foram detectados 15 suspeitos, dos quais 10 foram descartados, três estão sendo monitorados e um permanece em observação. De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, Mara Espíndola, não existe nenhum motivo para pânico. Ela assegura que a rede de saúde pública de Anápolis está preparada para tomar toda e qualquer providência que for necessária. De acordo com a coordenadora, muita gente tem procurado os hospitais e clínicas sem necessidade, por apenas suspeitarem estar com a gripe que, por sinal, pode ser confundida com praticamente quase todos os outros tipos existentes.
Tem chamado a atenção, também, uma série de comentários e boatos sobre a existência de mais casos na cidade. Todos, entretanto, carentes de confirmação.
Manifestação
A Influenza A (H1N1) pode ir de uma doença leve não febril do trato respiratório superior, a doença grave ou pneumonia fatal. Na maioria dos casos cursa como síndrome gripal, sem complicações, com evolução para cura espontânea. Os principais sintomas incluem tosse, febre, dor de garganta, mal estar e cefaléia (dor de cabeça). São raríssimos os casos em que ela exige internação do paciente.
Os dados mais recentes apontam que no Brasil, até 23 de junho, foram notificados ao Ministério da Saúde, 1.258 casos, dos quais 271 (21,5%) foram confirmados. A análise do perfil epidemiológico destes casos confirmados evidencia os seguintes aspectos. Do total de pacientes, 52,4% eram mulheres, 50% com idade inferior a 27 anos. Cerca 57,6% têm entre 20 e 39 anos. Do total, 99,3% registrou-se um quadro leve a moderado e 0,7% quadro grave. Apenas um óbito foi confirmado. Trata-se de um caminhoneiro do Sul que esteve em viagem à Argentina, onde contraiu o vírus e teria demorado a buscar atendimento médico.
É considerado caso suspeito o indivíduo que apresentar doença aguda de início súbito, com febre – ainda que referida – acompanhada de tosse ou dor de garganta, na ausência de outros diagnósticos, podendo ou não estar acompanhada de outros sinais e sintomas como cefaléia, mialgia (dores musculares), artralgia (dores nas articulações) ou dispnéia (dificuldade de respirar), vinculados a duas situações: a – Ter retornado, nos últimos 7 dias, de países com casos confirmados de infecção pelo novo vírus A (H1N1); b – Ter tido contato próximo, nos últimos 7 dias, com uma pessoa classificada como caso suspeito ou confirmado de infecção humana pelo novo vírus influenza A(H1N1). Considera-se febre como a elevação da temperatura corporal acima de 37,5º C.
Caso suspeito e caso confirmado: Diferenças
Considera-se caso confirmado, o de um indivíduo com a infecção pelo novo vírus Influenza A (H1N1), referendado pelo laboratório de referência, por meio da técnica de RT-PCR em tempo real. Caso suspeito para o qual não foi possível ou não foi indicado coletar ou processar amostra clínica para diagnóstico laboratorial (amostra inviável) e que tenha sido contato próximo de um caso laboratorialmente confirmado. O tratamento específico passa a ser indicado apenas para os pacientes que apresentem formas graves da doença ou que tenham fatores de risco conhecidos para complicações pela infecção pelo vírus da influenza.