O prefeito Roberto Naves informou, na manhã desta sexta-feira, 26/03, em entrevista à Rádio Manchester, que Anápolis deve seguir a orientação de flexibilização das atividades econômicas, conforme o decreto estadual que determinou 14 de fechamento e 14 dias de abertura, de forma intermitente, em situações de calamidade.
O chefe do Executivo anapolino disse que na noite de ontem (25), ligou para o governador Ronaldo Caiado e obteve do mesmo a informação de que, conforme o que foi ajustado no último decreto, haverá agora a flexibilização nos próximos 14 dias.
Roberto Naves explicou que o decreto estadual foi muito claro ao vedar a edição de decretos municipais nos municípios que fazem parte de regionais que estejam em situação de calamidade. Dessa forma, não teria como Anápolis fugir à regra, segundo ele, para ocorrer o que ocorreu em Aparecida de Goiânia, onde o Município adotou medidas próprias. “O comerciante abria as portas e a polícia ia para fechar”, disse, acrescentando que a polícia, no caso, fez o seu papel, cumprindo a determinação expressa no decreto estadual.
O prefeito ressaltou que essa flexibilização, entretanto, requer por parte de todos os cuidados necessários com a manutenção do distanciamento social e os cuidados pessoais como o uso de máscara e de álcool em gel, dentre outros.
Situação atual
Questionado sobre os altos índices de contaminação e de mortes, Roberto Naves destacou que os dados apontam que as medidas restritivas começam a apontar resultados, não ainda com a queda no número de óbitos e internações, mas de estabilização. O que, considera, ser importante para que num segundo momento ocorra a queda.
Didaticamente, apontou que cerca de 40 dias atrás havia uma média de internações em UTI de 54 pacientes. Nos últimos dias, esse patamar subiu para 88 e, apesar do crescimento exponencial, houve agora uma estabilização, embora, ainda, num nível elevado.
“Mas se não tivemos tomado nenhuma medida, poderíamos estar aí com mais de 120% de ocupação, ou seja, com um grande número de pessoas na fila de UTI”, ponderou o chefe do Executivo.
Vacina brasileira
Roberto Naves fez questão de falar sobre a “boa notícia” que foi o anúncio oficial da primeira vacina brasileira, a ser produzida pelo Instituto Butantan, a ButanVac. Conforme avaliou, a vacinação é o único meio para combater de forma mais efetiva a pandemia e, com a produção nacional, a vacinação em massa da população deve ser acelerada.
Ainda em relação à vacinação, no caso de Anápolis, o prefeito destacou que a partir desta sexta-feira (26) o Município conta com uma nova ferramenta para fazer o cadastro das pessoas a serem imunizadas. O autocadastro poderá ser feito pelo site: www.vacina.anapolos.go.gov/cadastrar. No momento, o cadastro está aberto para colher as informações das pessoas com idade acima de 60 anos.
Conforme o prefeito, o Zap da vacina continua ativo e a nova ferramenta vem no intuito de dar mais agilidade no cadastro à medida que as faixas etárias a serem imunizadas vão tendo aumento de população.
A partir da chegada das vacinas, a Secretaria Municipal de Saúde fará a vacinação dentro de um cronograma estabelecido. Conforme assinalou Roberto Naves, tudo está sendo feito para assegurar a maior transparência ao processo de vacinação, que tem uma logística complexa e acompanhamento por parte do Ministério Público e do Judiciário.
Prioridades

O prefeito ainda falou sobre a medida “acertada” do governador Ronaldo Caiado, de incluir entre os grupos prioritários para a vacinação- após o pessoal da linha de frente da saúde e dos idosos- os servidores das forças de segurança pública.
No caso de Anápolis, adiantou que deve ser incluído também no rol de prioridade os servidores e trabalhadores da área da educação, as redes municipal, estadual e privada.
Roberto Naves disse que dentro de todos os estudos e com toda a segurança para a comunidade escolar, a intenção é que as aulas na rede municipal possam ser retomadas, de forma presencial, no dia 05 de maio próximo.
Impostos e taxas
Durante a entrevista, Roberto Naves sinalizou que a Prefeitura deve manter o cronograma para o pagamento de impostos e taxas municipais.
Conforme explicou, hoje, o pacto federativo concentra 70% de recursos na União, 20% nos estados federados e apenas 10% nos municípios.
Durante a pandemia, enfatizou, o Município gastou cerca de R$ 90 milhões no enfrentamento da mesma, sendo que metade desse recurso foi aportado pelo Governo Federal (que concentra 70% das receitas) e a outra metade pelo próprio Município (que concentra 10% das receitas).
“Por isso, é importante que a população entenda a importância dos impostos e taxas. Foi assim que nós conseguimos e estamos fazendo o enfrentamento da pandemia com leitos próprios”, frisou Roberto Naves, acrescentando que não há ainda nenhuma previsão de um novo socorro da União para os municípios este ano.
“Vamos passar um aperto, mas não vamos deixar de investir em saúde e dar o tratamento adequado para a população e salvar vidas”, arrematou, fazendo um agradecimento geral aos contribuintes e empresários que tiveram e têm este entendimento. “E um agradecimento especial para os nossos servidores e para os profissionais da linha de frente de enfrentamento da Covid-19 e de outras áreas da saúde”.