Expectativa, agora, estão por conta das tratativas entre o Governo de Goiás e o Ministério da Infraestrutura para uma retomada do projeto
As obras do Antares Polo Aeronáutico, no Município de Aparecida de Goiânia, estão sendo iniciadas. O empreendimento, realizado a partir de um pool de empresas privadas, será voltado para a aviação executiva, manutenção e operações logísticas.
Algo próximo do que se projetou com a Plataforma Logística de Anápolis, tendo como um dos seus braços o Aeroporto de Cargas. Porém, essa obra literalmente não decola. É uma novela que vem se desenrolando desde 2010, inclusive, com muitas intercorrências negativas para a imagem do Município, onde se situa o principal polo industrial do estado de Goiás.
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Disponível para consulta pública, a ferramenta GeoObras, do Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO), traz informações resumidas da obra do Aeroporto de Cargas, iniciada em 18 de agosto de 2010, ao valor inicial, exato, de R$ 94 milhões 149 mil 306 reais e 80 centavos. Houve um aditivo de R$ 46 milhões 525 mil 557 reais e 76 centavos e o valor atual, até então apurado, foi de R$ 134 milhões 582 mil 318 reais e 22 centavos. Há, entretanto, informações de que o valor gasto tenha ultrapassado a casa de R$ 300 milhões. Mas, ainda que fiquemos, apenas, com os números oficiais, é muito dinheiro!
O projeto do polo aeronáutico de Aparecida de Goiânia, conforme anunciado, terá investimento de R$ 100 milhões.
Ao todo, serão 2,096 milhões m² de área total, dos quais cerca de 611 mil m² de área vendável, distribuídas em 455 lotes com metragens entre 1.000 m² e 1.500 m², com possibilidade de áreas maiores de acordo com a necessidade dos operadores.
Ou seja, é um projeto mais modernos e que terá, ainda, a perspectiva de ganhos para os empreendedores.
A construção do empreendimento será dividida em cinco fases, sendo a primeira com previsão de entrega para 2024.
Principal estrutura a ser construída no Antares Polo Aeronáutico, a pista de pouso e decolagens contará com 1.800 metros de extensão ou cumprimento, por 30 de largura, o que dá um total de 54 mil m². A pista será capaz de receber todos os modelos de aviação geral, jatos executivos, monomotores, bimotores, até o Gulfstream 650.
O projeto desenvolvido em Anápolis tem uma pista de cerca de 3 mil metros de cumprimento e 45 metros de largura, com pavimento estruturado paea comportar aeronaves de grande porte, ou seja, até 747-400 da Boeing. Isso, conforme o que se divulgou à época.
Entretanto, a pista até hoje não possui homologação por parte do órgão regulador, que é a Agência Nacional de Aviação Civil, a Anac. Sem isso, não há como a mesma fique operacional.
Luz no túnel
Não estamos falando de ferrovia (que é uma outra história com a Norte-Sul), mas no caso do Aeroporto de Cargas de Anápolis, ainda há uma luz no fim do túnel.
Incumbido pelo governador Ronaldo Caiado, o seu vice, Lincoln Tejota, vem trabalhando a retomada do projeto junto ao Ministério da Infraestrutura, comandado por Tarcísio de Freitas e, também, junto à Infraero.
Em maio último, Tejota esteve em Brasília representando o governador na assinatura de um termo de cooperação técnica entre o Governo de Goiás e o Ministério da Infraestrutura, via Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), para a reestruturação do Aeroporto de Cargas de Anápolis.
Naquela ocaisão, estiveram presentes o ministro Tarcísio Freitas; o presidente da Infraero, tenente-brigadeiro do ar Hélio Paes de Barros Júnior; o vice-governador Lincoln Tejota e o presidente da Goinfra, Pedro Sales. O encontro, na sede do Ministério da Infraestrutura foi, então, o passo mais significativo para que o projeto do Aeroporto de Cargas de Anápolis seja retomado. Obviamente, que há muito chão pela frente para que isso aconteça. Mas, já é um bom começo, ou recomeço.
A partir da assinatura do termo de cooperação, a Infraero, em parceria com a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), farão avaliações e inspeções no Aeroporto e uma auditoria criteriosa da documentação da unidade. A partir do resultado desse parecer é que serão definidas as intervenções na estrutura. É isso que se aguarda.
E, com o polo aeronáutico de Aparecida de Goiânia, talvez seja preciso repensar todo projeto e dar uma destinação realista, dentro de uma perspectiva de mercado.
Para informação, o projeto do polo aeronáutico de Aparecida é capitaneado pelo grupo empreendedor formado pelas empresas Tropical Urbanismo, Innovar Construtora, CMC Engenharia, BCI Empreendimentos e Participações e RC Bastos Participações.