Atividade acontece no sábado, a partir das 15h, e integra programação cultural que inclui exibições de curtas produzidos por cineastas negras
Vencedora do Prêmio Residência Sertão Negro Ateliê Escola de Arte no 28º Salão Anapolino de Arte, a artista mineira Juliana de Oliveira, também conhecida como Julianismo, apresenta o resultado de sua imersão no Quilombo Kalunga e no Sertão Negro, em Goiânia.
Durante o ateliê aberto neste sábado, 23 de março, o público poderá conhecer suas produções mais recentes, fruto das experiências compartilhadas ao longo da residência. A atividade de encerramento deste ciclo de formação do Programa de Residência Artística da instituição, com início às 15h, apresenta também Carchíris (MA) e Rafael Pereira (SP).
Idealizado pelo artista Dalton Paula e Ceiça Ferreira, o programa busca integrar as artes visuais aos saberes tradicionais e ao meio ambiente, promovendo trocas culturais e reflexões sobre identidade e pertencimento. Juliana, ao longo da residência, teve contato direto com as memórias, histórias e resistências do Quilombo Kalunga, experiência que ressoa em suas pinturas.

Graduanda em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da UFMG, Juliana transita entre diferentes espaços e suportes, com foco na pintura. Sua pesquisa artística explora as características expressivas da figura humana, abordando identidade, pertencimento e questões raciais. Seus retratos combinam elementos composicionais como estampas, acessórios e cores vibrantes, criando espaços de acolhimento e resistência para jovens marginalizados. Influenciada pelo expressionismo, a artista dialoga com temas de memória, história e subjetividade, promovendo reflexões sobre afeto e existência.
A Residência Sertão Negro ofereceu aos artistas um período de imersão nas comunidades Kalunga Engenho 2 e Vão de Almas, onde puderam conhecer tradições como a Curraleira e a Sussa, participar de oficinas com mestras ceramistas e acompanhar o trabalho na roça e na produção de rapadura. Em Goiânia, os residentes desenvolveram suas pesquisas artísticas, acessaram a Biblioteca Rosana Paulino e participaram de oficinas de cerâmica, gravura e capoeira angola, além de receber acompanhamento curatorial de Melissa Alves.
O ateliê aberto marca o encerramento da residência e contará com transmissão ao vivo pelo canal do Sertão Negro no YouTube. Além das apresentações artísticas, a programação inclui uma sessão do Cineclube Maria Grampinho, com exibição de curtas-metragens dirigidos por cineastas negras e um debate sobre cinemas negros e educação antirracista.
Segundo o curador do 28º Salão Anapolino de Arte, Paulo Henrique Silva, a premiação de Juliana reforça a potência de sua produção no contexto da arte contemporânea brasileira. “Seu trabalho, atravessado por experiências pessoais e coletivas, dialoga com histórias de resistência, memória e ancestralidade, expandindo as possibilidades da pintura como ferramenta de reflexão e transformação”, destaca o curador.
Últimas semanas
Até 28 de março, a Galeria Antônio Sibasolly, em Anápolis, exibe uma seleção criteriosa de obras de 24 artistas de diferentes regiões do Brasil, escolhidos entre mais de 800 inscrições. Em sua 28º edição, o Salão Anapolino também presta uma homenagem especial ao artista mato-grossense Gervane de Paula, uma escolha que simboliza o compromisso com o reconhecimento da arte brasileira em suas várias expressões e origens.
As atividades do Salão, realizado pela Prefeitura de Anápolis e co-realizado pela Associação dos Amigos da Galeria de Artes Antônio Sibasolly, contam com o Apoio Financeiro do Fundo Municipal de Cultura de Anápolis 2023.
Serviço:
Programação Cultural Sertão Negro
Sábado, 22/03, a partir das 15 horas
Entrada Gratuita
Endereço: Rua Goiazes, quadra P, Lote 9, Loteamento Shangri-la, Goiânia/GO.
Transmissão ao vivo pelo canal: https://www.youtube.com/@SertaoNegro
Foto: Marcelo Ramalho
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