Imunizante da AstraZeneca, associado a eventos raros de trombose, era motivo de satisfação para a empresa.
A fabricante de medicamentos AstraZeneca anunciou nesta quarta-feira (8/5) sua decisão de encerrar a produção de sua vacina contra a Covid, a Vaxzevria. No Brasil, essa vacina era produzida em parceria com a Fiocruz.
A empresa justificou a retirada do imunizante do mercado alegando que há atualmente um excesso de vacinas disponíveis e uma redução na demanda pela Vaxzevria. Em seu comunicado, a AstraZeneca não abordou diretamente a controvérsia em torno dos eventos trombóticos raros associados à vacina. Essas reações ocorreram em menos de 1 a cada 100 mil vacinados, em média. Para especialistas, essa ocorrência era considerada um mal necessário durante a pandemia.
Na nota enviada à imprensa, a farmacêutica menciona apenas que está colaborando com órgãos reguladores para “encerrar este capítulo”. Recentemente, entretanto, os casos de trombose relacionados à vacina ganharam maior visibilidade na mídia internacional. Movimentos antivacinação aproveitaram essa notícia para questionar a campanha de vacinação contra a Covid como um todo.
A reação negativa foi tão intensa que levou o Ministério da Saúde a se pronunciar em defesa da segurança do imunizante. Em seu comunicado, a AstraZeneca afirmou ter muito orgulho de ter desenvolvido uma vacina que foi um “componente crucial para acabar com a pandemia global”.
Confira a íntegra do comunicado da AstraZeneca:
“Estamos imensamente orgulhosos do papel desempenhado pela Vaxzevria para o término da pandemia global. De acordo com estimativas independentes, mais de 6,5 milhões de vidas foram salvas apenas no primeiro ano de utilização e mais de três bilhões de doses foram distribuídas globalmente. Nosso trabalho foi reconhecido por governos ao redor do mundo e amplamente considerado como um componente crucial para o fim da pandemia global. Com o desenvolvimento de várias vacinas contra variantes da COVID-19 desde então, há um excedente de vacinas atualizadas disponíveis. Isso resultou em uma queda na demanda pela Vaxzevria, que não está mais sendo produzida nem distribuída. Agora, vamos trabalhar com órgãos reguladores e parceiros para estabelecer um caminho claro para concluir este capítulo e nossa significativa contribuição para a pandemia da COVID-19.”