Quando Clint Eastwood tinha 88 anos ele produziu, dirigiu e foi o protagonista do filme A Mula, indicado para vários prêmios. Em uma entrevista, um repórter sugeriu que esse talvez fosse seu último filme. Ele respondeu brincando:
-“Acho que não… talvez você espere que seja!”
Clint Eastwood ainda não se julgava pronto para encerrar a carreira. Outro repórter lhe perguntou o que faria para celebrar seu próximo aniversário. Ele respondeu:
-“Vou fazer um filme.”
Ao ser indagado sobre o que o movia ir à frente, disse:
-“Eu simplesmente me levanto todo dia e não deixo o velho entrar!”
Em qualquer desafio que enfrentamos, a coisa mais importante a fazer é ter a atitude certa e os desafios relacionados ao envelhecimento não são diferentes.
Recentemente li o livro Para Terminar Bem, Comece Hoje!, de Patrick Dugan. Ele fala sobre o processo de envelhecimento e afirma que quanto mais cedo a pessoa começa a se organizar para a velhice, melhor será. Mas é necessário refletir sobre os desafios que a idade trará a cada um de nós. Ele sugere quatro atitudes:
Primeiro: enfrentar os paradoxos do envelhecimento de forma realista. A idade traz aspectos negativos e positivos. Entre os negativos estão o fato de que a força física e mental está em declínio. Surge uma crescente sensação de mortalidade e, eventualmente, dependeremos mais de outras pessoas. Nos aspectos positivos, não temos tanta necessidade de afirmação porque aceitamo-nos mais como somos. Ora, as experiências boas ou ruins nos deixaram sábios e por isso conquistamos credibilidade. As pessoas acreditam que não vamos agir com estupidez e a realidade da morte ajuda-nos a manter as prioridades no lugar certo.
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Segundo: não devemos usar a idade como desculpa. À medida em que envelhecemos, somos tentados a usar a idade para justificar a preguiça e a passividade. Apesar de o nosso nível de energia não ser o mesmo em muitos aspectos, não há motivos para adotar um estilo de vida egoísta, do tipo que não se esforça para servir e cooperar.
Terceiro: precisamos focar no que é bom. Atitude ou foco fará enorme diferença. Podemos nos concentrar na lamúria, nas reclamações, nas dores que sofremos, mas, por outro lado, podemos, sobretudo, focar na gratidão e na celebração com as pessoas que amamos e convivem conosco.
Quarto: o medo não deve nos controlar. Ele é uma realidade existencial e embora nos proteja de muitos perigos, o medo pode também ser paralisante. Podemos ter medo do processo da morte ou da morte em si, de ficar sem dinheiro, de ter uma doença e perder a mente, da impotência sexual, da dependência. Todos temos medo, mas, para enfrentá-lo, dois antídotos são fundamentais: coragem e fé. A coragem é alimentada pela fé. Deus estará conosco! Não estamos sozinhos neste universo gigantesco. Ter fé faz toda a diferença.
Esses quatro pontos retirados do livro de Patrick Dugan trazem à tona atitudes fundamentais no processo desafiador de envelhecer sem deixar de lado nossa espiritualidade. Você já pensou nisso?