Instrumento usado desde a Idade Média, em que cada vilarejo ou região possuía sua bandeira com listras, desenhos, etc. Exceto quando um povo se colocava de fora de uma guerra ou batalha entre outros, em vez de hastear as cores de sua bandeira, hasteava uma bandeira branca em sinal de neutralidade. Ao levantar uma bandeira branca em meio a uma batalha, um exército está desistindo de seu ideal de luta, rendendo-se à nação inimiga ou pedindo uma trégua. O emblema é mais conhecido por ser o símbolo da paz.
O Brasil atual precisa de bandeiras brancas. Muitas delas. Não como sinônimo de rendição ou de covardia, E, sim como uma proposta para se buscar a paz social, o bom entendimento a tolerância em todos os seus aspectos e, acima de tudo, para se garantir a sobrevivência dentro de uma vertente harmônica, civilizada e pacificadora. O que se tem visto, com muita assiduidade, por sinal, é uma “guerra de ninguém” onde soldados em campos opostos brigam sem saber o real motivo da querela. As pessoas não se entendem mais, a paixão política (que está, mais, na moda) afastou amigos, desarticulou núcleos familiares, provocou desentendimentos insuperáveis entre bons companheiros de outrora.
E, saber que tudo isso é passageiro, é ilusório. Daqui a pouco tudo acaba e, provavelmente, muitos de nós não conseguiremos rever o que perdemos na inútil guerra de efeitos sem bandeiras. A crise vivida, atualmente, no Brasil é descaracterizada, não tem um moto específico. Ninguém sabe se é política, se é econômica, se é ideológica, ou o quê. Só se sabe que, de uma hora para outra, as pessoas começaram a se evitar, a se odiar, a se estranhar. Pais não conversam mais com seus filhos, esposas não conversam com maridos, colegas de trabalho deixaram de se falar, irmãos de igreja romperam velhas amizades, trocadas pelo rancor, pela ira, pelo ódio e pela intolerância. O certo é que, sem motivos aparentes, paixões e preferências políticas passaram a valer mais do que o bom senso, a ética, a camaradagem. O Brasil está, literalmente, dividido e todo mundo sabe que uma casa dividida não prospera, segundo o texto bíblico.
O que estaria acontecendo com o Brasil, tido, até então, como a “Pátria do Evangelho”, o maior país cristão do mundo, com os brasileiros considerados o povo mais hospitaleiro e mais cordato da face da terra. Foi tudo por água abaixo em uma única disputa eleitoral. Os rompimento profundos causaram e, ainda causam, estragos irreparáveis no seio da sociedade e se não abrirmos os olhos, em pouco tempo seremos um povo bárbaro, embrutecido, radical insensível e intolerante. Vamos continuar na prática do ódio, sem motivo aparente. Ou, até, por motivo insignificante. Que, então tomemos esta coragem cívica e icemos nossas bandeiras bancas. No ponto mais alto que pudermos para que as pessoas vejam em nós, o desejo de mudança, de reconciliação, de tolerância de gratidão. A vida é muito curta para ser vivida em meio ao ódio e à insensatez.