Eleições emblemáticas
Grande parte da sociedade brasileira, ainda, tenta entender o recado que as urnas deram este ano, em primeiro e em segundo turnos. Por que as pesquisas, em grande parte, erraram feio? Por que candidatos tidos como imbatíveis acabaram por decepcionar seus eleitores, alguns com votações pífias? Por que a eterna luta da direita contra a esquerda não se configurou na maioria dos casos e o eleitor optou por caminhos diferentes? (Aliás, grande parte do eleitorado não compreende o que seja direita, e, muito menos, esquerda).
Essas perguntas, ainda, ecoam Brasil afora e Brasil adentro, na espera de respostas, que provavelmente, não virão tão cedo. Se vierem… E, o assombro foi geral. Claro que, em determinados casos, deu a lógica e, não poderia ser diferente. Mas, o recado das urnas serviu para mostrar aos caciques da política nacional que está cada vez mais difícil ganhar “no grito”. O eleitor está mais esclarecido, mais exigente e mais seletivo e não se deixa mais levar pelo balanço das ondas.
E, se servir de consolo, de agora em diante vai ser assim. Para ganhar eleição não basta ter dinheiro, padrinho político, nome na praça, ou, boa oratória. E preciso convencer os eleitores de que sua proposta é a melhor, ou, a menos pior. Caso contrário, a decepção vem mesmo. Assim, encerrada a votação e proclamados os resultados, o debate se volta, agora, para as consequências das disputas municipais que apontaram para um aumento de prefeituras sob o comando de políticos de centro e de centro direita.
Diferentemente do que se apregoa por aí, notadamente, em torno do “crescimento da direita e fracasso da esquerda”, há visões mais críticas que ultrapassam essa leitura simplista. Isso porque, ficou claro que o sistema partidário atual não organiza a sociedade. Pelo contrário, há quem diga que ele sinaliza, muito mais, para a falta de rumo do que para um quadro político que pode indicar uma determina direção. Ficou evidente que o eleitor, em sua maioria, não se baseou na direita, ou, esquerda para votar.
E, um dado a considerar é o expressivo número de reeleitos, o que indica prefeitos e vereadores, a princípio, bem avaliados, mas, também, o uso de verbas fruto de emendas parlamentares e o fundo partidário. Os partidos têm uma postura pragmática, especialmente o Centrão, que atua dentro do sistema de poder. Sem se falar no papel das redes sociais, que desorganizaram o mundo que estava organizado. Talvez, a explicação comece por aí.
Desta forma, daqui a dois anos os brasileiros voltarão às urnas, quem sabe, com mais vontade para apagarem a má impressão deixada pelo elevado volume de abstenções, votos em branco e votos nulos deste ano. Quem sabe, também, os políticos e os partidos apresentem projetos, propostas e planos que de verdade, contemplem as aspirações e as demandas sociais. Sem isso, teremos, cada vez menos votantes e cada vez mais repetições de candidatos e decepções de eleitores. Isso não é bom para a democracia.
Se houvesse uma fiscalização mais profunda por parte dos organismos tributários e, até, judiciários, muita gente ligada à política teria imensas dificuldades em explicar o “milagre da multiplicação”. Em resumo, como esse pessoal conseguiu juntar tanto dinheiro e tantos bens em tão curto espaço de tempo. As cidades estão cheias de reis midas. A conferir…
Alunos de duas escolas públicas e de uma particular, em Anápolis, participaram, recentemente, de competições nacionais e uma internacional. Eles fizeram bonito, com a obtenção de troféus e medalhas. E, estranhamente, as emissoras de TV que fazem a cobertura por aqui, não deram uma nota sequer. Mas se fosse uma tragédia, um crime bárbaro…
Mais uma administração vai se encerrar daqui a dois meses e os anapolinos continuarão com o sonho não realizado de terem um sistema de controle de estacionamentos na região central da Cidade, ou, Área Azul. Diversos foram os anúncios, diversas foram as tentativas, mas, de prático, mesmo, nada aconteceu. E nem se sabe quando vai acontecer.